Política de juros do governo estrangula a economia brasileira. 70% das grandes empresas e 50% das micro, pequenas e médias indústrias entrevistadas consideram a taxa de juros praticada este ano “muito pior” para o setor
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com 317 indústrias de transformação, aponta que os juros elevados impossibilitam ou dificultam o acesso ao crédito pelas empresas. Quase 90% delas indicaram que a taxa de juros este ano está pior ou muito pior em relação ao ano anterior.
De março do ano passado até junho de 2020, o Banco Central (BC) realizou 11 aumentos na taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,25% ao ano, encarecendo ainda mais o crédito no Brasil e colocando o país na posição de campeão mundial de juro real (descontada a inflação).
De acordo com a pesquisa Rumos da Indústria Paulista, realizada entre 16 de maio e 3 de junho com micro, pequenas, médias e grandes indústrias do estado de São Paulo, mais de 70% das grandes empresas e 50% das micro, pequenas e médias empresas entrevistadas consideram a taxa de juros praticada em 2022 muito pior do que aquela aplicada em 2021. O percentual das empresas que consideraram a taxa de juros pior foi de 28,6% para as grandes e de 38,8% para as micro, pequenas e médias.
Entre as empresas que buscaram linhas de crédito (33,2%), a maior parte se referiu a capital de giro e antecipação de recebíveis. Entre os entrevistados, 63,8% dizem ter encontrado taxa de juros mensal entre 1,0% e 2,5%, enquanto 25,7% afirmam ter tido acesso a taxas entre 2,5% e 5,0%.
A sondagem apontou ainda que sete em cada dez dos entrevistados conseguiram o crédito solicitado. Dos que não conseguiram, 39,3% responderam que a própria empresa negou a operação, principalmente devido à taxa de juros elevada. Já 35,7% afirmam que as instituições financeiras negaram a operação e usaram a ausência de garantias e o limite já utilizado como justificativas para rejeitar a solicitação.
No início do ano, a Fiesp alertava, em nota, que o patamar da taxa básica de juros (Selic), praticada pelo Banco Central, prejudicava a “já combalida” atividade econômica.
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