A polícia prendeu e já identificou o bolsonarista que jogou uma bomba caseira com fezes contra o ato do ex-presidente Lula, na Cinelândia, no Centro do Rio, na noite da quinta-feira (7).
Trata-se de André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos. Ele foi preso em flagrante e autuado pelo crime de explosão, segundo o delegado Gustavo de Castro, titular da 5ª DP (Mem de Sá).
O crime, previsto no Artigo 251 do Código Penal, consiste em “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. Em caso de condenação, a pena prevista é de três a seis anos de prisão, além de multa.
Agora ele será encaminhado à audiência de custódia.
A bomba caseira consistia de uma garrafa PET de 2 litros com um explosivo dentro e foi arremessada por cima do tapume que cercava o perímetro onde estava localizado o palco do evento. Continha um líquido com odor de fezes e foi arremessado no local antes do ex-presidente Lula chegar.
O objeto explodiu ao tocar o chão. Ninguém ficou ferido, mas houve um princípio de tumulto.
Em seguida, as pessoas reagiram gritando “fora, Bolsonaro”. Organizadores do evento pediram calma e informaram que havia segurança no local para proteger os manifestantes.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula disse que “estouraram dois artifícios de fogos, causando barulho, jogados de fora para dentro da área do ato. Não tinham fezes, fizeram barulho, mas ninguém se feriu nem houve tumulto”.
Este é o segundo ataque em atos do ex-presidente Lula durante a pré-campanha. Em Uberlândia, Minas Gerais, um drone soltou fezes e urina em participantes de um ato para selar a unidade com o pré-candidato a governador, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. O dono do equipamento foi preso.
Na ocasião, ao discursarem, Lula e Kalil condenaram o ataque ocorrido.
“O que vimos hoje aqui neste pátio não pode ser um ser humano normal. É um canalha que coloca um drone para jogar sujeira em cima de homem, mulher e crianças. Me falaram que pode ser até agrotóxico”, disse Lula.
“Esse cidadão não é da turma do Tancredo, é da turma que deu o golpe (civil-militar de 1964). Um cidadão desses não merece nosso respeito. Não vamos tratar como nos tratam porque somos civilizados. Acreditamos na recuperação do ser humano. Acreditamos que eles vão pedir desculpa por vergonha durante o lançamento da candidatura do Kalil”, afirmou Lula.
Kalil também criticou a ação criminosa bolsonarista e pediu desculpas em nome de Minas Gerais. “Nós sabemos receber com bom café, com bom pão de queijo e eles mandaram o que gostam, que é cocô e xixi”, disse o ex-prefeito de Belo Horizonte.