Eventos marcaram os 50 anos de morte de Ernesto Che Guevara. Além de palestras no IFCS/UFRJ, a Alerj realizou Sessão Solene para homenagear o Comandante.
“Soy loco por ti America: 50 anos da morte de Che Guevara” foi tema do evento realizado pelo Departamento de Ciência Política, no dia 11 de outubro, no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ).
Participaram da mesa, como palestrante, Valter Duarte Ferreira Filho, professor de Ciência Política da UFRJ e da UERJ, Camila do Valle, pesquisadora do LEHC do IFCS/UFRJ, Vivaldo Barbosa, secretário de Justiça no Governo Leonel Brizola e Irapuan Santos, fundador do MR8 e dirigente do Partido Pátria Livre (PPL).
A pesquisadora Camila do Valle resgatou a história do médico argentino que percorreu a América Latina, contando partes importantes da trajetória do revolucionário, seu encontro com Fidel Castro no México até a vitoriosa revolução cubana. Camila destacou a participação de Che no processo da construção do socialismo, sua contribuição a outros povos, como na África, até seu assassinato na Bolívia.
Irapuan Santos fez um paralelo do processo da revolução cubana com a situação que passa o povo brasileiro e os povos do mundo hoje. Citando texto escrito por Che Guevara, destacou a importância da industrialização no processo de construção nacional. “Temos que implementar a industrialização do país, sem ignorar os muitos problemas que acompanham esse processo, mas uma política de aquecimento industrial exige certas medidas alfandegárias que proteja a indústria nacional nascente e um mercado interno capaz de absorver as mercadorias”. Che defendia que os cubanos deveriam “deter o controle de suas riquezas, assim como nacionalizar a telefonia, companhia de mal serviços e que cobra muito caro”.
Irapuan destacou que Che Guevara, que viveu apenas 39 anos, deu uma grande contribuição para a humanidade. “Essa é a luta que travamos neste momento no nosso país contra estes que estão aí para destruir o que construímos, por este governo totalmente vendido, subserviente”, disse Irapuan. “Nós sabemos, tivemos governos do nosso campo, que todos nós ajudamos, que achou que concessões sociais – bolsa disso, bolsa daquilo – seriam suficientes para que a gente fizesse uma transformação e aí abrimos mão de ter a nossa indústria, de apostar no povo, de defender a nossa produção, defender as nossas riquezas. Tudo que Che disse que era para ser feito, fizeram o contrário e hoje estamos numa situação em que as coisas precisam ser retomadas”.
Vivaldo Barbosa destacou a identidade que há com Che Guevara “na luta pela libertação nacional, de interesse nacional, da busca da identidade nacional para romper com a dominação do império, a dominação e o colonialismo que ainda paira sobre nós”, ressaltou. “Nós vemos uma grande semelhança entre o pensamento de Che com a revolução de 30, com o personagem e líder da revolução que foi Getúlio Vargas, “de que é preciso a industrialização para forjar uma nação, que é preciso controle das fontes de energia, do petróleo, da eletricidade e outras, que é preciso o controle das economias nacionais”.
O médico Eduardo Costa participou do evento promovido, no mesmo dia, pelo Movimento de Resistência Leonel Brizola (MRLB), onde Che Guevara foi mais uma vez homenageado. O secretário de Saúde de Leonel Brizola fez um rico relato da vida de Che e da construção do socialismo em Cuba.
ALERJ
A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro realizou Sessão Solene em homenagem a Ernesto Che Guevara nos 50 anos de sua morte, por iniciativa do deputado Paulo Ramos. “Che Guevara continua sendo uma referência, principalmente para nossa juventude, a juventude revolucionária que precisa conhecer a história de Che Guevara, mas também assumir as idéias do Che Guevara”, declarou o deputado Paulo Ramos.
Durante a solenidade, foram homenageados com a Medalha Tiradentes, a Associação José Marti, presidida por Zuleide Faria de Mello, entidade que promove o intercâmbio entre Brasil e Cuba, e o coronel do Exército Kardec Lemme, que lutou contra o nazismo na II Guerra Mundial e foi contra a ditadura no Brasil.