O Movimento Policiais Antifascismo, que se classifica como um “coletivo suprapartidário formado por trabalhadores e trabalhadoras da segurança pública do campo progressista do Brasil”, lançou um manifesto em que repudia o assassinato por um bolsonarista do guarda municipal, Marcelo Arruda, no fim de semana passado quando comemorava com amigos e familiares seu aniversário de 50 anos.
Marcelo era tesoureiro municipal do PT em Foz do Iguaçu (PR) e foi assassinado a tiros pelo policial penal Jorge José Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro.
“Manifestamos nosso mais profundo pesar e indignação contra tudo que contribuiu para esse crime de ódio e intolerância política” diz o texto.
“Este foi um crime político e assim o denunciamos. Marcelo se junta a Bruno Pereira, Marielle, Mestre Moa, e muitos outros, em um crime que é mais um alerta vermelho para a sociedade brasileira quanto à escalada da violência política”, prossegue.
“É preciso punir com rigor quem atira contra a democracia, ao contrário de algumas autoridades que tentam individualizar, tratar como desavenças pontuais e corriqueiras o ocorrido”. “Este não é um evento que ocorre todo final de semana. Não tentem desqualificar a vítima e de cima de suas supostas autoridades mandar ´´fechar o caixão””.
“As digitais do presidente e de todos que se omitem ou somam-se a ele, no seu governo de extermínio, ódios e mortes estão visíveis para todos que observarem com um pouco mais de atenção”, aponta o movimento.
Leia os principais trechos do manifesto:
“Na noite de nove de julho de 2022, Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos juntamente com amigos e familiares quando viu sua festa invadida pelo policial bolsonarista e por ele foi baleado após este emitir gritos de ordem pró-Bolsonaro. Manifestamos nosso mais profundo pesar e indignação contra tudo que contribuiu para esse crime de ódio e intolerância política”.
“O governo Bolsonaro manipula policiais, instrumentaliza nossas corporações e não nos reconhece enquanto trabalhadores. Pelo contrário, interveio na autonomia da Polícia Federal, aboliu a histórica formação humanizada e atuação cidadã da Polícia Rodoviária Federal, realizou uma reforma da previdência que retirou direitos – inclusive reduzindo pensão das viúvas de policiais que morreram em serviço, não concedeu qualquer reposição econômica das perdas inflacionárias para as carreiras federais, não estabeleceu qualquer política de enfrentamento à depressão e ao suicídio, tão presentes nas carreiras policiais. É contra a carreira única, o ciclo completo, a desmilitarização e todo o movimento sindical de trabalhadores da segurança pública”.
“No Brasil hoje, o discurso dos eleitos é o discurso do ódio, da necessidade de cada cidadão se armar, para defender-se. Para encobrir os vis interesses de um governo descompromissado com seu povo, que abandonou os trabalhadores desde sua eleição, durante a pandemia e agora que a fome se espalha, deixando-nos famintos e à míngua, apela para as emoções mais básicas, espalha insegurança e medo, distribuindo permissões legais e elogios ao armamento, ao extermínio, ao ódio às diferenças e à intolerância. Nada e nem ninguém é poupado!”
“Desejamos que o policial penal agressor seja julgado dentro do devido processo legal, e não com vingança privada. Puxou o gatilho intoxicado por frases como: “vamos fuzilar a petralhada”, “a ditadura matou pouco”, de um presidente com os dias contados. O bolsonarismo “defensor da liberdade”, quer mesmo é exterminar opositores e aniquilar a divergência de ideias. A distinção entre o autor deste crime de ódio e outros trabalhadores que abraçaram o bolsonarismo está no fato dele portar e usar uma arma de fogo acautelada pelo próprio Estado. Isso nos faz crer que a ampliação do porte de armas pode ser um vetor de mais violência e não da sua contenção”
“Este foi um crime político e assim o denunciamos. Marcelo se junta a Bruno Pereira, Marielle, Mestre Moa, e muitos outres, em um crime que é mais um alerta vermelho para a sociedade brasileira quanto à escalada da violência política. É preciso punir com rigor quem atira contra a democracia, ao contrário de algumas autoridades que tentam individualizar, tratar como desavenças pontuais e corriqueiras o ocorrido. Este não é um evento que ocorre todo final de semana. Não tentem desqualificar a vítima e de cima de suas supostas autoridades mandar ´´fechar o caixão“. As digitais do presidente e de todos que se omitem ou somam-se a ele, no seu governo de extermínio, ódios e mortes estão visíveis para todos que observarem com um pouco mais de atenção”
“Reiteramos nossa solidariedade a policial civil Pamela Silva e seus filhos, que ficaram órfãos, estendendo esta solidariedade a todas as famílias vítimas do bolsonarismo! Nós, do Movimento Policiais Antifascismo permaneceremos firmes em nossos propósitos e aqueles que tombarem por estes ideais serão lembrados como trabalhadores, na construção de uma Segurança Pública Democrática e Popular. Seguiremos, sem nenhum temor, na luta para banirmos o fascismo do poder em nosso país nas eleições 2022”
“Não ousem tentar nos calar!”
“MARCELO ARRUDA PRESENTE!”