Em visita à região, o presidente dos EUA disse que “pode continuar a liderar no Oriente Médio para não criar um vazio a ser preenchido pela China e/ou Rússia”. “Lá não há nenhum ‘vazio’, acrescentou o porta-voz chinês
“O Oriente Médio é a terra de seu povo, não é o quintal de ninguém. Lá não há nenhum ‘vazio’”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em entrevista coletiva, quando solicitado a comentar sobre as declarações do presidente Joe Biden, que afirmou que Washington “pode continuar a liderar no Oriente Médio e não criar um vazio a ser preenchido pela China e/ou Rússia, contra os interesses de Israel e dos EUA”.
O porta-voz sublinhou, na sexta-feira (15), que “o Oriente Médio ainda não está calmo, com a Covid-19 representando um desafio prolongado ao desenvolvimento regional e a repercussão da crise na Ucrânia que afeta a segurança regional”. Por isso, destacou que os seus habitantes “querem desenvolvimento e segurança mais do que qualquer outra coisa” e exortou a comunidade internacional, especialmente as grandes potências, a dar prioridade à ajuda a esses países.
A China sempre apoiou o povo do Oriente Médio na “exploração independente de seus próprios caminhos de desenvolvimento” e apoiou as nações da região na “solução de questões de segurança regional por meio da solidariedade e cooperação”, enfatizou Wang.
“Fizemos esforços incansáveis e desempenhamos o nosso devido papel na salvaguarda da paz, na promoção do desenvolvimento e na resolução justa e razoável dos problemas críticos da região. Estamos prontos para trabalhar em conjunto com a comunidade internacional para contribuir positivamente para a paz e o desenvolvimento no Oriente Médio”, concluiu o porta-voz.
Biden foi para a Arábia Saudita na tentativa de chegar a um acordo sobre a produção de petróleo para ajudar a reduzir os preços da gasolina, que contribuiem para uma inflação acima das maiores em 40 anos nos EUA.
Ele deixou a região sem nenhum resultado positivo, e espera que o grupo Opep+, formado por Arábia Saudita, Rússia e outros produtores, aumente a produção em uma reunião em 3 de agosto.
A CHINA APOIA A SOBERANIA DAS NAÇÕES DA REGIÃO
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, já havia advertido que os EUA “devem parar de interferir nos assuntos do Oriente Médio e tentar transformar a região de acordo com seus próprios critérios”, enfatizando que Pequim apoia o desenvolvimento independente dos povos do Oriente Médio.
Em meio à visita oficial do presidente dos EUA, Joe Biden, ao Oriente Médio, o ministro realizou uma videoconferência com seu colega sírio, Faisal Mekdad, assinalando: “Os EUA e outros países ocidentais devem abandonar seus velhos hábitos e parar de apontar o dedo e interferir nos assuntos do Oriente Médio, bem como abandonar a tentativa de transformar esta região segundo seus próprios critérios”. Ele acrescentou que o Ocidente “deve respeitar a soberania das nações da região” e promover a paz lá.
De acordo com Wang Yi, a China “apoia firmemente os povos do Oriente Médio para explorar caminhos de desenvolvimento de forma independente”, assim como respalda os países da região “para resolver os desafios de segurança da região por meio da unidade e superação”. “A China acredita que os irmãos e irmãs do Oriente Médio têm a capacidade e a sabedoria para manter a paz e a estabilidade”, disse o responsável pelas Relações Exteriores.
Além disso, apontou que o conflito palestino-israelense é “o núcleo do problema do Oriente Médio” e não deve ser ignorado pela comunidade internacional. “A difícil situação do povo palestino não deve continuar. A China está disposta a fortalecer a cooperação com todas as partes para que a questão palestina seja novamente uma prioridade na agenda internacional”, finalizou Wang Yi.