
Em discurso na convenção nacional do PDT, nesta quarta-feira (20), o ex-governador afirmou que “nunca o Brasil empobreceu tanto e tão rápido” como no atual governo
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes foi oficializado, nesta quarta-feira (20), candidato à Presidência da República na convenção nacional do PDT, em Brasília, com a participação lideranças nacionais e regionais do partido.
O nome do ex-governador do Ceará foi aprovado por aclamação e sem votos contrários no evento realizado na sede nacional da legenda, em Brasília.
Ciro entrou no palco acompanhado da sua esposa, Giselle Bezerra, e começou a discursar por volta das 17h05. Ele saudou os candidatos estaduais do PDT e falou sobre a própria trajetória pessoal e política.
Em seu discurso, Ciro chamou Bolsonaro de “insensível”, “incompetente” e “preguiçoso”.
“Nunca o país teve um presidente tão insensível e incompetente como o que ocupa atualmente o Palácio do Planalto (grita Fora Bolsonaro acompanhando o público)”, afirmou.
“Usar e emporcalhar são os melhores verbos para definir o seu método de permanência [no governo]. Porque ele não trabalha. A imprensa não chama tanto a atenção, mas ele não trabalha. É um grande preguiçoso. Ele não pensa, não executa nenhuma ação em favor do povo brasileiro”, disse Ciro sob aplausos dos apoiadores.
Ciro ressaltou que, por conta do governo bolsonarista, “o déficit financeiro e o déficit social aumentam a cada dia”. “E no círculo vicioso da incompetência, do oportunismo e da bandidagem tenta-se sempre corrigir um agravando o outro. Sem falar do agravamento do déficit moral que contamina historicamente as nossas relações políticas”, observou.
“Somos vítimas, os brasileiros, mais do que nunca, da falta de vergonha, do roubo e da exploração da pobreza, dosados pela insensibilidade e mediocridade de uma classe dirigente inescrupulosa e incapaz”, acusou o ex-governador.
Ciro enfatizou que “nunca o Brasil empobreceu tanto e tão rápido, material e espiritualmente, como nos últimos anos”.
“Por isso o compromisso que eu assumo perante meu partido, que acaba de me honrar com a indicação pela Presidência da República, e principalmente com o povo brasileiro, que eu espero me dê a honra de me eleger o seu presidente, é lutar contra essa realidade cruel para vencermos juntos essa batalha de vida ou morte para a maioria do povo trabalhador do país”, enfatizou.
Aos 64 anos, Ciro Gomes defende um projeto nacional de desenvolvimento que prevê, entre outras coisas, revogar o teto de gastos; revisar o tripé macroeconômico (meta de inflação, câmbio flutuante e meta fiscal); rever a autonomia do Banco Central; criar um plano emergencial de pleno emprego; revisar a política de preços da Petrobrás; e implantar um programa de renda mínima universal. O candidato também defende as reformas tributária e da Previdência.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que “hoje, estamos homologando a tua candidatura a presidente e estamos delegando à Executiva Nacional poder para escolha do vice e das coligações”. “Estamos trabalhando. É claro que tem muita gente que olha torto pra gente”, disse, referindo-se à escolha do candidato a vice na chapa que será escolhido posteriormente.
“Este partido não será puxadinho de ninguém. Aqui é o PDT, de Getúlio Vargas, de Leonel Brizola, de Darcy Ribeiro. Este partido não se curva a nenhum interesse que não seja do povo brasileiro”, afirmou o presidente da sigla durante a convenção.
“Este PDT que nunca lhe faltou está aqui hoje no primeiro dia das convenções nacionais para afirmar: As aves de rapina vão cultivar a traição em outro terreno. Aqui, não”, prosseguiu
Em discurso, o ex-prefeito de Fortaleza e pré-candidato ao governo do Ceará, Roberto Cláudio, defendeu que “a porta da esperança está se abrindo”. “Nós que seremos candidatos a deputado estadual, federal, senador e governador temos uma obrigação de não entrar nessa conversinha furada de que o jogo está resolvido”, discursou o pedetista.
Estavam presentes no evento o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique, e os deputados federais pedetistas André Figueiredo, presidente estadual do PDT, Eduardo Bismarck, Pedro Bezerra e Leônidas Cristino. A senadora e pré-candidata ao governo do Distrito Federal, Leila Barros, e dos ex-ministros Aldo Rebelo e Miro Teixeira acompanharam o evento.
O presidente estadual do PSD Ceará, Domingos Filho – que é cotado como pré-candidato a vice-governador na chapa pedetista – também participou do lançamento da candidatura.
Participaram, ainda, os vereadores de Fortaleza, Adail Júnior, Enfermeira Ana Paula, Renan Colares, Lúcio Bruno, Didi Mangueira, Raimundo Filho e Paulo Martins; além dos deputados estaduais Bruno Pedrosa, Sérgio Aguiar e Guilheme Landim.
Ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, ele vai disputar o Palácio do Planalto pela quarta vez.
O partido do ex-ministro puxa a lista das convenções para escolher e oficializar candidaturas para as eleições de outubro. Elas se iniciam nesta quarta (20) e vão até o dia 5 de agosto.