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O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou a candidatura do ex-prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, ao Governo de São Paulo nas eleições de outubro. A decisão foi tomada em convenção estadual realizada neste sábado (23), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O nome de Haddad foi aprovado em uma votação da executiva estadual do partido. Houve apenas duas abstenções. O partido aprovou, ainda, todas as candidaturas a deputado federal e estadual.
A convenção também aprovou a coligação do PT com o PSB. O então pré-candidato do partido ao governo de SP, Márcio França, vai disputar a vaga do Senado.
O evento contou com a presença de Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa com Lula, e sua esposa Maria Lúcia Alckmin. Na última pesquisa Datafolha, de 30 de junho, Haddad liderava com 34%.
A escolha do vice que vai compor a chapa com o ex-prefeito de São Paulo ainda não foi definida.
Em seu discurso, Haddad resgatou momentos na história em que adversários políticos se uniram em torno de uma candidatura ou de uma causa, abordou mais enfaticamente a questão nacional, afirmou que o Brasil está correndo risco nos dias de hoje e criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Hoje o ocupante do Palácio do Planalto estava lá conspirando contra a redemocratização do país, como conspira dia e noite contra nossa democracia e a nossa liberdade”, disse Haddad.
“Nos ofereceu o patético episódio dessa semana, reunindo embaixadores do mundo inteiro para ameaçar o país”, declarou o petista.
“Bolsonaro não só representa a ditadura militar, ele representa o pior dela. Ele conspira dia e noite contra a nossa democracia e a nossa liberdade”, disse.
“São Paulo e Brasil vão dar as mãos, fazer uma nova revolução democrática. Essa união [da chapa] tem esse espírito”, afirmou.
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Durante a convenção paulista, Alckmin afirmou que o Brasil precisa resgatar um governo que seja comprometido com a democracia, que seja solidário e que a eleição nacional passa por São Paulo. “São Paulo é caixa de ressonância. O que acontece aqui ressoa no Brasil inteiro.”
“Temos na chapa um ex-presidente da República que governou duas vezes, um ex-prefeito da capital e dois ex-governadores. Nós conhecemos São Paulo e São Paulo nos conhece. Vamos juntos por São Paulo e pelo Brasil.”
Marcio França elogiou Haddad. “Confiamos em tudo o que o Haddad representa. A parte técnica, a humana, a sensibilidade e, principalmente, a lealdade.”
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À PROCURA DE UM VICE
A indicação a vice na chapa de Haddad ainda não foi definida. Os partidos da coligação buscam um nome que agregue votos e participação de fatias diferentes do eleitorado. A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) era cotada para a vaga, mas recusou o convite após reunião na sexta-feira (22) com Haddad.
Os dois tiveram uma longa conversa na casa de Haddad e Marina disse preferir trabalhar para consolidar a Rede e, por isso, deverá ser candidata a deputada federal.
Marina é considerada uma “puxadora” de votos importante e capaz de ampliar as vagas do partido na Câmara dos Deputados.