Polícia Civil nega que tenha ocorrido roubo de celular
O jovem de 17 anos, Victor Martins Melo, morto por linchamento em uma festa no Parque da Cidade em Brasília, no último sábado (26), não teve nenhum envolvimento no roubo de um celular que teria motivado as agressões.
De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, Victor era indicado como um dos participantes no roubo do celular de uma jovem, o que levou cerca de 20 pessoas a atacarem o jovem com socos, chutes, garrafadas e até facadas. Porém, com a nova versão de uma testemunha, acredita-se que a vítima não praticou o crime.
“Com as provas coletadas, concluímos que Victor foi à festa acompanhado de 6 ou 7 amigos, incluindo o autor do roubo, que já foi identificado. Alguns deles tinham a intenção de praticar furtos a celulares, mas não se sabe se Victor sabia deste fato. O que se sabe é que, de acordo com o depoimento da testemunha, ele não participou do crime e, mesmo assim, foi responsabilizado”, declarou o delegado responsável pelo caso João Ataliba, da 1ª DP (Asa Sul).
A nova testemunha era amiga de Victor e do menor que praticou o roubo. Ela contou que o autor pegou o celular dentro da bolsa da jovem e fugiu. Victor estaria atrás da menina, que tentou segurá-lo. Ele tentou fugir, mas foi pego por outros jovens que o lincharam.
“O Vitor estava caminhando atrás. Ele foi agarrado pela própria vítima, se desvencilhou, correu e acabou perseguido pela multidão. Logo depois, foi linchado”, afirma o delegado.
Ainda de acordo com a Polícia Civil a adolescente que teve o celular furtado apresentou contradições no depoimento. “Ela contou duas versões para a mesma história, uma que Victor teria roubado o telefone da mão dela e outro que ele teria a segurado para possibilitar que o suposto comparsa realizasse a ação. Ela também negou conhecer Victor, mesmo eles estudando na mesma escola e, inclusive, fazendo uma aula de português juntos”, explicou Ataliba.
Agora, a polícia trabalha para identificar os autores do linchamento. As investigações apontam que há vídeos circulando nas redes sociais que podem ajudar no reconhecimento. Por isso, a PCDF pede que, caso alguém tenha acesso a essas provas ou qualquer informação, entre em contato pelo 197. A denúncia é anônima.