A promessa das companhias aéreas de que a nova cobrança nas bagagens traria uma redução no preço das passagens não passou de pura ilusão. Após um ano depois do início da cobrança, em vez do valor das passagens caírem como prometido elas tiveram um aumento real médio de 6%. Além disso, a taxa para transportar uma mala de até 23 kg subiu 67%.
A data de um ano conta a partir da cobrança feita pela Azul, a primeira empresa aérea a adotar o procedimento em 1º de junho de 2017. O fim da gratuidade na bagagem entrou em vigor em 14 de março de 2017, após reações negativas dos consumidores e decisões contrárias da Justiça. Além da Azul, as outras três maiores empresas também praticam a política de cobrar a mais pelas bagagens: Avianca, Gol e Latam.
Na época, as empresas prometeram aos consumidores que o fim da gratuidade nas bagagens trariam benefícios, como reduções no preço das passagens, porém, os valores aumentaram.
Quando começaram a cobrar pelo transporte de bagagem em voos, todas as companhias aéreas cobravam R$ 30 para o despacho de uma mala de até 23 kg caso o pagamento pelo serviço fosse feito com antecedência. Porém, após um ano, o valor da taxa já chega a R$ 50 na Azul, um aumento de 67%. No caso da Latam e da Avianca, a taxa subiu para R$ 40, um aumento de 33%. A Gol é a única que ainda continua cobrando o valor original de R$ 30.
De acordo com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em junho do ano passado o preço médio das tarifas aéreas em voos domésticos no Brasil equivalia a R$ 333,35, já com o reajuste da inflação do período. Em fevereiro deste ano (último dado disponível), o preço médio das passagens subiu para R$ 354,02, um aumento real de 6%.
Para utilizar o mesmo mês na comparação, em fevereiro do ano passado o preço médio equivalia a R$ 330,81. Isso dá um aumento real médio de 7% (já descontada a inflação).