O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense iniciou, nesta terça-feira (26), seu processo eleitoral para eleger a diretoria que conduzirá os trabalhos da entidade na próxima gestão. O pleito, que segue até quinta (28), conta com 3 chapas, a Chapa 1: “Juntos Somos mais Fortes”, integrada pela diretoria atual, a Chapa 2: “A Hora da Mudança” e a Chapa 3: “Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense”.
Uma das chapas de oposição, a Chapa 2: “A Hora da Mudança”, formada por operários que se opõem à atual diretoria, a quem responsabilizam pela perda de direitos e queda do valor real dos salários da categoria, conta com o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A chapa, encabeçada pelo operário Edimar Miguel Pereira Leite, denuncia que a atual direção da entidade está aliada com os interesses dos patrões, não têm espírito democrático nem respeita a vontade da maioria da categoria, expressa nas assembleias, e assinam acordos lesivos aos interesses dos trabalhadores. “Já são 30 anos que o mesmo grupo dirige a entidade e o resultado é um acúmulo de retrocessos inaceitáveis”, ressalta o metalúrgico Edimar.
“Perdemos a jornada de 6 horas diárias, que foi alongada para 8 horas sem nenhuma compensação financeira. Perdemos o Plano de Saúde Nacional, substituído por um outro de alcance regional e qualidade bem inferior. Perdemos o direito à hora extra, com a imposição do banco de horas. Sofremos o arrocho dos salários”, completa.
Por esta razão, “lideranças operárias indignadas com a conduta antidemocrática decidiram formar uma chapa e disputar o pleito para resgatar o sindicato para a classe operária”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, que está em Volta Redonda acompanhando o processo eleitoral, junto com outros dirigentes nacionais da Central.
A chapa de oposição denuncia, ainda, que enquanto os trabalhadores perdem direitos, os lucros apropriados pelos donos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) foram de R$ 13,6 bilhões, apenas em 2021. “E querem pagar uma mixaria de PLR. Os trabalhadores já mostraram sua insatisfação, rejeitando o último acordo espúrio ajustado entre a direção do sindicato e a empresa. É preciso dar um basta e a oportunidade vem com as eleições. Nosso sindicato tem uma gloriosa história de luta. Vamos recuperar o fervor, a honra e a dignidade do peão, valorizar a família metalúrgica, os operários na ativa e os aposentados. Vamos resgatar a credibilidade da nossa entidade, honrando seu histórico de lutas e conquistas”, denunciou Edimar.
Ubiraci Dantas, vice-presidente da CTB também ressalta o papel histórico dos metalúrgicos de Volta Redonda, “como na grande greve contra o neoliberalismo em 1988, quando três operários em luta foram assassinados pela repressão militar. São eles: Carlos Augusto Barroso 19 anos, Walmir Freitas Monteiro, 27 anos e Wllian Fernandes Leite. O companheiro Barroso teve traumatismo craniano em virtude de várias coronhadas depois de estar caído no chão. A luta continua. O Sindicato tem que voltar às mãos dos trabalhadores e ser um front de luta para derrotar o genocida Bolsonaro”, ressalta Bira.