Carestia foi o motivo apontado por 82% dos entrevistados, segundo pesquisa
A inflação fez com que sete em cada dez brasileiros cortassem itens da lista de compras nos supermercados. Uma pesquisa do Ipec encomendada pelo C6 Bank conclui que 72% dos consumidores das classes ABC com acesso à internet mudaram seus hábitos de consumo nos últimos seis meses – 82% relatam que o aumento dos preços nas gôndolas foi responsável.
De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador do IBGE que monitora oficialmente a variação de preços aos consumidores, a taxa acumulada entre janeiro e julho deste ano é de 5,76% – a segunda maior dos últimos 18 anos. Em 12 meses, a inflação já acumula aumento de 11,39%.
COMER CARNE VIROU “LUXO”
Com o aumento de preços, 72% dos entrevistados deixaram de consumir carne bovina e outros 42% passaram a comer apenas uma vez por semana para economizar. Para 28%, nem cortes de segunda estão indo para os carrinhos de compras. Além disso, 15% deixaram de consumir carne suína, de frango ou peixe, e 26% deixaram de levar para casa carnes processadas como linguiça e salsicha.
Leites e derivados, itens que se tornaram proibitivos nas últimas semanas, também estão na lista de produtos que os brasileiros foram obrigados a deixar de consumir. Segundo a pesquisa do Ipec, 37% dos consumidores deixaram de levar leite para casa.
O preço do leite longa vida nas gôndolas dos supermercados está custando entre R$ 7 e R$ 10 nos supermercados. Segundo a prévia da inflação de julho, o preço do produto subiu 22% no mês e já acumula alta de 57% no ano em 12 meses.
Ainda segundo a pesquisa, 54% deixaram de comprar muçarela e 44% não consomem mais iogurte, produtos também derivados do leite.
A pesquisa foi feita entre 14 e 20 de julho de 2022.