As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, CSB, Pública, Intersindical e Central da Classe Trabalhadora decidiram, em reunião nesta quinta-feira (28), assinar o manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro que está sendo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e entidades como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), e organizações da sociedade civil, como Comissão Arns, Conectas e Pacto pela Democracia.
O texto, que será intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, vai se somar à “Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito”, divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), e que já conta com mais de 300 mil assinaturas de pessoas físicas, entre juristas, integrantes da magistratura, economistas, artistas, professores e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois documentos, uma resposta às ameaças golpistas de Bolsonaro, serão lidos no grande ato no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
O manifesto das entidades também será publicado, no dia 11, em jornais de grande circulação. Segundo as entidades, “o respeito ao estado de direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios”.
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, “quem sabe os riscos que um retrocesso nesse campo representa entende como é importante participar desse manifesto”.
O sindicalista defende que essa adesão das centrais ao manifesto liderado pela Fiesp lembre os tempos das Diretas, Já. “Passamos agora há pouco no Vale do Anhangabaú e falamos exatamente disso, do quanto aquela mobilização foi importante para a história do país”. Segundo Torres, em abril, a pauta das centrais “já falava em democracia, empregos e direitos”.
“Nada é mais caro à classe trabalhadora do que a democracia”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre. Ele argumenta que a união entre o empresariado e os sindicatos em defesa do sistema eleitoral e do respeito ao resultado das urnas demonstra “amadurecimento de todos e do quanto a democracia é um valor que nenhum brasileiro abre mão”.
As Centrais Sindicais também decidiram convocar e orientar as suas bases a mobilizar e participar do ato no dia 11 de agosto, data em que serão lançados os manifestos pela democracia.
No dia 2 de agosto, às 10 h, as Centrais Sindicais participarão do ato organizado pela Coalização em Defesa do Sistema Eleitoral, da qual fazem parte e que reúne mais de 200 entidades, em defesa de eleições livres e contra a violência política. O ato será no Senado Federal (Anexo 2).