A multinacional alemã dos setores farmacêuticos e agro-químico, Bayer, anunciou na segunda-feira (4) que suprimirá a marca Monsanto depois de completar o processo de compra da corporação norte-americana de sementes e pesticidas por US$ 63 bilhões.
O anúncio da fusão, feito em maio de 2016, sinaliza para a maior monopolização da agricultura e levanta ainda mais preocupações a questões ligadas a saúde assim como aos efeitos nocivos provocados ao meio ambiente, seja pelo uso de produtos cancerígenos ou pelo uso de sementes geneticamente modificadas também danosas ao organismo humano.
A fusão Bayer-Monsanto foi criticada em todo o mundo, por ambientalistas e grupos de agricultores. Em carta à Comissão Européia, a Friends of the Earth, sessão europeia, afirmou que mais de um milhão de pessoas assinaram petições conclamando a Europa a impedir “essa fusão do inferno”.
O comunicado da Bayer também afirma que linha de produtos da Monsanto será conservada, a exemplo do Roundup, um herbicida que mesmo sendo apontado cmo “cancerígeno”, conforme afirma a OMS, seguiu entre os produtos mais vendidos pela empresa agora adquirida. Até mesmo o estado da Califórnia incluiu o glifosato, que é o principal produto químico do Roundup, à lista de substâncias causadoras de câncer.
A operação de fusão foi autorizada pelas agências que regulamentam a concorrência nos EUA e Europa, impondo a Bayer apenas um arranjo que significa a venda de ativos para a sua rival alemã, a BASF.
Com a fusão, a Bayer espera elevar o seu faturamento na divisão agro-química para 20 bilhões de euros, superando concorrentes como a ChemChina, que se fundiu à suíça Syngenta, ou mesmo as americanas Dow e DuPont, que se fundiram recentemente.