Na próxima quinta-feira (11), estudantes da cidade de São Paulo realizaram um novo ato contra o governo Bolsonaro e em defesa da democracia. O dia 11 de agosto é a data que se celebra o Dia do Estudante.
A manifestação será realizada na Avenida Paulista, a partir das 9 horas, convocada pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP) que pretende levar milhares de jovens de toda a capital paulista às ruas para denunciar as ameaças à democracia realizadas pelo governo Bolsonaro e repudiar os ataques à Educação e os casos de corrupção envolvendo os prepostos bolsonaristas no Ministério da Educação (MEC).
Em entrevista ao HP, o presidente da entidade, Lucca Gidra, ressalta a necessidade dos estudantes se mobilizarem nas ruas contra os desmandos de Bolsonaro. “Estamos indo em defesa da educação, em defesa da democracia, porque a disputa contra Bolsonaro ainda não está ganha”, alerta Lucca.
Além disso, no dia 11, será realizada a leitura da carta em defesa da democracia da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco, onde fica a Faculdade de Direito da USP. De acordo com a UMES, os estudantes seguirão da Avenida Paulista para o Largo São Francisco para acompanhar a leitura da carta.
Veja a entrevista:
HP – Porque ir às ruas neste 11 de agosto?
Lucca – Eu acho que motivos não faltam pra gente ir às ruas neste 11 de agosto. Nós da UMES temos sido movidos principalmente pela questão da democracia e da educação, porque Bolsonaro cada dia que se aproxima das eleições, fica mais assanhado nessa sua loucura e no seu devaneio todo de dar um golpe no Brasil, nós precisamos ser firmes nessa questão, da defesa da democracia. E, além disso, a gente tem toda essa questão do descaso do governo federal em relação à educação. Diversos cortes, perda de orçamento, cortes que afetam a educação básica, não só dos institutos federais, mas das escolas estaduais, das escolas técnicas, com a perda do teto do ICMS, e além disso tudo, roubo dentro do Ministério da Educação.
Acho que motivos não faltam pra gente ir às ruas. Estamos indo em defesa da educação, em defesa da democracia, porque a disputa contra Bolsonaro ainda não está ganha. Não existe isso de já ganhou. Para derrotar Bolsonaro, nós precisamos trabalhar muito.
Além de ocupar as urnas em outubro, para votar contra ele, precisamos ocupar as ruas para derrotar o governo Bolsonaro.
HP – A convocação do ato contra Bolsonaro tem crescido. Como está a preparação e a adesão dos estudantes?
Lucca – A convocação deste ato tem crescido muito, ainda mais após a divulgação da carta aos brasileiros e as brasileiras, que será lida no Largo São Francisco e por parte dos estudantes também têm crescido.
Os estudantes têm entendido a importância de a gente defender a educação e a democracia neste dia. Estamos convocando essa manifestação a cerca de um mês. Nós aqui pela UMES temos 100 comitês de mobilização organizados, então a gente organizou em cada escola da cidade, um comitê, que mobilizasse sua escola, então a preparação e a adesão aqui, por parte dos estudantes, está muito forte, os estudantes estão com sangue nos olhos de ocupar as ruas e defender a educação e a democracia neste 11 de agosto. Esperamos um grande ato, esperamos uma grande mobilização por parte de todas as escolas.
HP – No mesmo dia, haverá a leitura da carta em defesa da democracia da USP. Como o ato dos estudantes se integra nessa frente?
Lucca – Eu acho que quando a gente fala de qualquer pauta de reivindicação no Brasil hoje, a gente não tem como desvincular da defesa da democracia. Como vamos lutar por uma educação melhor sob a ameaça de uma ditadura? Debaixo desse golpismo do governo Bolsonaro? Debaixo deste governo fascista? Não tem como, não há possibilidade.
A luta pela educação e a luta pela democracia estão lado a lado e, dessa forma, se integram muito esses dois atos. Nós concordamos muito com as pautas que estão sendo levantadas no Largo de São Francisco e a gente acha que é muito importante essa manifestação e essa leitura dessa carta, que ocorreu no dia 11 de agosto, lá no Largo de São Francisco.
Então, os estudantes vão se encontrar no MASP, às 9h00 da manhã para ir rumo ao Largo de São Francisco e acompanhar a leitura da carta. Nosso ato vai ser dividido em duas partes: uma caminhada do MASP até o Largo São Francisco e depois a soma nesta grande mobilização em defesa da democracia que estaremos com certeza em peso e ajudando a colocar em evidencia este assunto.
ATOS PELO PAÍS
Além dos atos da Avenida Paulista e do Largo São Francisco o dia 11 de agosto deve contar com protestos em defesa da democracia em diversas cidades. Confira os locais:
SUDESTE
São Paulo
09h – Ato em frente ao MASP (Avenida Paulista)
11h – Leitura da Carta pela Democracia, no Largo de São Francisco (Fac. de Direito da USP)
17h – Ato em frente ao MASP (Avenida Paulista)
Ribeirão Preto (SP)
10h – Faculdade de Direito da USP em Ribeirão Preto
17h – Esplanada do Teatro Pedro II
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Candelária, às 16h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
NORTE
Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h
CENTRO-OESTE
Distrito Federal
Brasília – ato em frente ao Congresso Nacional, às 15h.
Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h
NORDESTE
Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h
Ceará
Fortaleza
Praça da Bandeira, às 9h;
Gentilândia, às 16h;
Casa do Estudante, às 19h
Maranhão
São Luís – Praça Deodoro, às 16h
Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h
Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h
Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30
SUL
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30
Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às 10h
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – em frente ao colégio Júlio de Castilhos, às 8 horas