O dia nacional de lutas em defesa da democracia, neste dia 11 de agosto, dia do advogado e do estudante, na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, centro da capital paulista, reuniu personalidades de diferentes setores para a leitura solene da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, organizada por ex-estudantes da instituição.
“A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições”, diz o manifesto.
“No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições”.
“Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:
Estado Democrático de Direito Sempre!!!!”, assim termina a Carta lida nesta quinta-feira pelo jurista Flavio Flores da Cunha Bierrenbach.
Bierrenbach, muito aplaudido, foi ministro do Superior Tribunal Militar (STM) entre 2000 e 2009. Ex-estudante da Faculdade de Direito da USP, foi, também, diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1963 e compôs, nos anos 1980, como deputado federal, a bancada de oposição do MDB ao regime militar.
O documento já tem mais de 970 mil assinaturas.
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Também leram a carta Eunice de Jesus Prudente e Maria Paula Dallari Bucci, professoras da Faculdade de Direito da USP.
O ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, ficou responsável pela leitura da carta elaborada pela Fiesp, também em apoio à Justiça.
A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito reuniu mais de 960 mil assinaturas, manifestando-se a favor do sistema eleitoral, das urnas eletrônicas e dos pilares da democracia brasileira.
Entre os subscritores da carta estão banqueiros, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e atuais candidatos à Presidência. Estavam presentes no evento representantes de grupos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), a União Nacional dos Estudantes (UNE), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores.
Do lado de fora da Faculdade, estudantes organizados pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-SP), que desceram em caminhada iniciada no MASP, e representantes de entidades do movimento social, assistiram a leitura por meio de um telão instalado, e ecoavam palavras de ordem como “ditadura nunca mais!”.
A data foi escolhida por marcar o dia – 8 de agosto de 1977 – em que o advogado Gofredo da Silva Telles Júnior leu, também no Largo São Francisco, a Carta aos Brasileiros que defendia o retorno da democracia e o fim da ditadura militar.
A data é lembrada como um símbolo da luta pelo retorno do Estado Democrático de Direito e combate ao sombrio período da história brasileira, o da ditadura militas que durou de 1964 a 1985.
Alguns dos nomes que estavam presentes na leitura da carta em 1977 participaram também do evento da quinta-feira (11).
