A produção industrial teve variação positiva de 0,8% em abril comparado a março, informou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na terça-feira (05). A divulgação desta comparação isolada foi o suficiente para que os bajuladores da política econômica de Temer produzissem manchetes afirmando a recuperação da economia. Contudo, essa variação não foi suficiente para compensar os resultados negativos de janeiro (-2,1) e março (-0,1%). Em fevereiro, houve uma pequena oscilação de 0,1%.
Esse acúmulo de resultados negativos ou próximos de zero, deixa a produção industrial 1,3% abaixo do patamar registrado em dezembro de 2017 e 14,6% abaixo do pico da série histórica do IBGE, de maio de 2011.
SETORES
A pequena oscilação no fundo do poço observada em abril foi sustentada pelo crescimento da produção de basicamente dois segmentos: a de coque , derivados e biocombustíveis e de automóveis, segundo o IBGE.
A alta na primeira atividade, de 5,2%, se deve ao maior processamento da cana de açúcar para a produção de etanol.
Enquanto isso, as áreas produtivas que garantem propriamente o crescimento da indústria, como máquinas e equipamentos, caiu -3,1% em abril na comparação com março.
Outros setores como equipamentos eletrônicos e de informática, despencou 4% de um mês para o outro, assim como a produção de têxteis, que caiu 1,3%.
A produção de automóveis, por sua vez, comemorada pelo aumento de 4,7% é outro dado que em nada sustenta o “ritmo de recuperação” alardeado pelo governo. Segundo a associação das indústrias de veículos automotores (Anfavea), que antecipou dados de maio, já no mês seguinte houve queda na produção de 15,2%. Sem contar que boa parte da produção, ao invés de estar servindo ao consumo interno, é escoada em países como Chile, Argentina e até mesmo os Estados Unidos.
PRISCILA CASALE