Segundo a campanha, Lula “nunca fechará igrejas” e “governa para todos”. Ex-presidente sancionou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo bispo e então senador Marcelo Crivella, da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus)
A batalha eleitoral agora é oficial. Com a oficialização da campanha, o governo intensificou as chamadas fake news. Diante disso, a Federação Brasil da Esperança vai lançar ofensiva para desmentir falas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechará igrejas protestantes no País.
Nessa campanha, a Federação vai lembrar que Lula sancionou a lei da liberdade religiosa, em 2003.
O ex-presidente sancionou também a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo bispo e então senador Marcelo Crivella, da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus).
A coordenação da campanha do ex-presidente vem recebendo relatos de diversas localidades sobre fake news espalhadas até mesmo dentro de templos afirmando que o petista perseguirá religiosos e não permitirá que essas sigam abertas e funcionando normalmente.
Há inclusive áudios de pastores que espalharam a notícia falsa sobre o ex-presidente em pregação aos fiéis.
“LULA É CRISTÃO E GOVERNA PARA TODOS”
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a plataforma “Verdade na Rede”, criada pelo PT, confeccionou peça visual que mostra o ex-presidente com as mãos unidas sob o título “Lula é cristão e governa para todos”.
O texto informa que “o bolsonarismo volta a mentir para espalhar terror entre as pessoas de fé. Lula é cristão”.
A publicidade mostra ainda que, como presidente, ele sancionou a lei da liberdade religiosa, em 2003, e que “nunca fechou e nunca fechará igrejas”.
“Ele sabe que um presidente deve respeitar todas as pessoas. É católico. Respeita todas as religiões. Não vai fechar igrejas”, está ainda o texto.
BOA RELAÇÃO COM A CHAMADA BANCADA EVANGÉLICA
No governo (2003-2010), Lula tinha o apoio da bancada evangélica e se relacionava bem com diversas organizações, como a Igreja Universal do Reino de Deus.
Na cerimônia em que sancionou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em setembro de 2009, ele recebeu a visita de representantes das principais denominações protestantes do País, como o então senador e bispo Marcelo Crivella, da Iurd e autor do projeto de lei que criava a Marcha, e o bispo Estevam Ernandes, da Igreja Renascer.
Além deles, religiosos da Assembleia de Deus, da Sara Nossa Terra e da Igreja Batista estavam presentes.
Os líderes evangélicos, inclusive, deram as mãos e rezaram pela saúde da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que foi ao local cumprimentá-los.
MULHERES EVANGÉLICAS
Tirar votos de Lula entre as mulheres evangélicas virou prioridade absoluta do bolsonarismo.
O presidente abre larga vantagem sobre o petista entre os homens da religião, vencendo hoje com 48% contra 28%, segundo o Datafolha.
Entre as mulheres evangélicas, a situação é de empate: 29% para Bolsonaro e 25% para Lula. E 34% delas dizem ainda não saber em quem vão votar.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro já postou nas redes sociais dela vídeo contra Lula que associa religiões de matriz africana às “trevas”.
A campanha do presidente da República estuda explorar negativamente imagem em que a mulher de Lula, a socióloga Rosângela da Silva, aparece ao lado de estante com imagens de orixás.
Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é filho do presidente e um dos coordenadores da campanha, negou que a fotografia de Janja será usada na televisão.
HISTÓRIA, RELIGIÃO E POLÍTICA
Dia 7 de janeiro. Essa data foi escolhida em homenagem à primeira lei criada no Brasil sobre a liberdade de cultos. O projeto de lei de 7 de janeiro de 1890 foi feito por iniciativa do gaúcho Demétrio Ribeiro, então ministro da Agricultura naquela época.
Anos mais tarde, em 1946, com a promulgação da nova Carta Magna, o célebre escritor baiano e deputado federal pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) por São Paulo, Jorge Amado, propôs artigo para a Constituição que reafirmava a importância da liberdade religiosa no País.
Desse modo e na prática explicita-se que a esquerda, e muito menos Lula, que é cristão, irão atentar contra qualquer religião, em particular a protestante, de modo a inviabilizá-la no Brasil. Trata-se de cretina campanha do presidente da Republica para aterrorizar os desinformados.
M. V.