O Ministério das Relações Exteriores da Síria denunciou que os EUA e os demais membros de sua coalizão, entre os quais a Inglaterra e a França, estão perpetrando ataques contra civis em aldeias situadas nas províncias de al-Hasaka, Raqqa e Deir Ezzor como retaliação à recusa dos aldeões em se juntar às forças separatistas aliadas da intervenção norte-americana no país árabe. A denúncia foi feita em carta dirigida ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
O documento, além de citar diversas atrocidades nas aldeias localizadas em Hasaka, deixando civis mortos e feridos, destaca que os ataques têm o objetivo de punir os moradores por sua resistência às milícias separatistas. A carta também afirma que os EUA estão reestruturando suas relações com os terroristas do Daesh (autodenominado Estado Islâmico), e articulando outros, além de perpetrarem ataques locais contra o exército sírio.
Sobre os bombardeios aéreos, realizados pelos Estados Unidos como pretexto de desalojar o bando Daesh de Raqqa, uma moradora da capital da província, Munira Hashish, declarou, em entrevista ao jornal inglês The Independent, que muitos foram os que morreram durante os ataques. “Aqueles que ficaram morreram e aqueles que tentaram fugir morreram. Estávamos presos”. Ela já perdeu dezoito familiares. Sete dos quais foram mortos enquanto tentavam afastar-se das áreas dominadas pelos terroristas e outros dois foram atingidos por morteiros. Sobre sua fuga, ela afirmou que ela e seus filhos só escaparam “andando sobre o sangue e os restos daqueles que foram explodidos enquanto tentavam fugir à nossa frente”.
A carta pediu o fim da presença ilegal dos EUA na Síria e também exigiu que o Conselho de Segurança da ONU assuma suas responsabilidades na preservação da paz e da segurança internacionais; que tome medidas imediatas para pôr fim a estes massacres. Da mesma forma exortou os países que, avassalados aos EUA, integram a agressão à soberania síria a retirarem-se desta “coalizão ultrajante”.
Por fim, o documento aponta que o único objetivo dos EUA é minar a soberania, segurança e integridade territorial da Síria, contrariando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. “As políticas hostis dos EUA na Síria, na região e no mundo, carecem de fundamentos éticos porque se tornaram parte integrante das ameaças a paz e a segurança internacionais”, concluiu a carta do Ministério.
“A carta pediu o fim da presença ilegal dos EUA na Síria” . Se O Brasil mata mais que a Síria, então?