O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL) participou na quarta-feira (06) do Fórum Internacional Tributário, realizado em são Paulo por iniciativa da Associação Nacional dos Fiscais da Previdência (Anfip), da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) e do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp). O evento é uma das programações do Movimento Reforma Tributária Solidária: Menos Desigualdade, Mais Brasil.
Especialistas nacionais e internacionais estiveram reunidos para discutir modelos tributários europeus, asiáticos, americanos e do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os presidenciáveis puderam defender usa visões sobre o problema tributário e apresentar propostas aos presentes. “Nós partimos da análise de que a política tributária brasileira é injusta. Ela é injusta porque penaliza os mais pobres e alivia de impostos os mais endinheirados, os bancos, os exportadores, o agronegócio…”, afirmou João Goulart. “E essa injustiça fica ainda mais evidente quando o país mergulha na pior a mais profunda crise, como esta que nós estamos
vivendo”, destacou o presidenciável do PPL.
Segundo o pré-candidato, “para crescer e desenvolver suas forças produtivas, e melhorar a vida do povo, o Brasil precisa urgentemente melhorar a sua distribuição de renda. A concentração da renda é a causa da estagnação e da recessão”. “O Brasil é um dos países com maior desigualdade em todo o mundo”, observou. “A reforma tributária que eu proponho”, disse Jango, “deve estar inserida no enfrentamento dessa situação dramática. Ela deve estar também inserida num vigoroso projeto de desenvolvimento nacional”.
Para o presidenciável é necessário “tirar o país da crise” e para isso, “não podemos continuar assistindo a transferência de R$ 400 bilhões anuais do orçamento para pagamento de juros da dívida. A dívida pública bruta está em 4,8 trilhões. E todos os governos têm agravado essa situação. De 1995 até hoje, 6,5 trilhões de reais foram esterilizados na especulação”. “Temos que reverter a destruição de nossa indústria de transformação, que hoje responde por apenas 11% da riqueza produzida no país. Já respondeu por mais de 30% de tudo o que nós produzimos”, propôs João Goulart. Ele chamou a atenção para o fato de que “um país sem indústria é um país sem independência. É um país fraco. É um país pobre. É um país sem emprego”.
O filho do ex-presidente Jango afirmou que quer completar programa que foi interrompido em 1964 de transformar o Brasil numa grande nação. Para isso ele argumentou que é necessário dobrar a taxa de investimento que hoje está em 16% do PIB. Para cumprir essa missão, ele aposta na ampliação do mercado interno. Sua proposta é a criação de 20 milhões de empregos e dobrar o salário mínimo real em quatro anos. “Nós precisamos resolver a situação dos 27 milhões e setecentos mil desempregados e subempregados que estão sofrendo junto com suas famílias. Eles não podem esperar. Nós precisamos resolver o drama das 4 milhões de famílias que não têm terra para plantar. Precisamos enfrentar o problema das 6 milhões de famílias que não têm onde morar. Isso tudo é urgente!”, disse o pré-candidato. O presidenciável ressaltou que seu programa de governo é totalmente diferente de tudo o que vem sendo praticado no Brasil nos últimos anos. “Os ‘ajustes’ que foram feitos pelos governos para enfrentar a chamada crise fiscal, só pioraram a situação”, disse ele. “Nada de ajustes, o que causa o déficit são os gastos financeiros”, apontou. “Vamos é aumentar os investimentos produtivos”, completou Goulart.
SÉRGIO CRUZ
Assista ao discurso de João Goulart no Fórum Internacional Tributário
Discurso de João Goulart no Fórum Internacional Tributário"A concentração de renda e a drenagem de recursos para a especulação e para o exterior são as causas da estagnação, da recessão e do desemprego"
Publicado por Sergio Cruz em Quarta-feira, 6 de junho de 2018