
O ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, tinha contato próximo com o pastor Arilton Moura, investigado por desviar dinheiro público e cobrar propina, e chegou a recebê-lo sem hora marcada e com pedido feito às pressas.
Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, são investigados desde que foram flagrados falando de um esquema de desvio de verbas públicas.
No dia 8 de fevereiro, antes que o escândalo viesse a público, Arilton Moura pediu para se reunir com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, às pressas e sem hora marcada, mas mesmo assim conseguiu furar a fila.
Isso é extremamente difícil entre ministros de estado, que muitas vezes têm sua agenda formada de maneira rígida e com antecedência.
Depois que o esquema de corrupção dos pastores no governo Bolsonaro foi revelado, Ciro Nogueira correu para apagar as fotos com Arilton Moura e Gilmar Santos que tinha em suas redes sociais.
A informação foi publicada pela coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles.
Ciro Nogueira faz parte do grupo que se aproximou de Jair Bolsonaro quando os órgãos do governo federal e estatais passaram a ser fatiadas e distribuídas em um acordo para barrar o impeachment.
O caso começou a ser investigado depois que Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação de Bolsonaro, foi flagrado admitindo que enviava dinheiro público para as cidades que eram apontadas pelos pastores Arilton e Gilmar.
Ribeiro admitiu que aquilo acontecia por um “pedido especial” de Jair Bolsonaro.
Diversos prefeitos relataram que os pastores estavam pedindo propina para que a verba pública chegasse aos municípios. Como nenhum dos dois tinha cargo no governo federal, o esquema era como um “gabinete paralelo”, que decidia o destino de milhões de reais de acordo com o pagamento de propina.
Milton Ribeiro, Arilton Moura e Gilmar Santos chegaram a ser presos pelo caso.
Em uma ligação grampeada pela PF, Milton Ribeiro disse à filha que Jair Bolsonaro teve um “pressentimento” de que operações de busca e apreensão seriam realizadas na casa do ex-ministro.
A Polícia Federal afirmou, em um relatório, que Ciro Nogueira deve ser condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção por um caso de 2014. O aliado de Bolsonaro recebeu propina milionária da Odebrecht, da OAS e do grupo J&F, dono da JBS.