Perdas do regime de Kiev, em dois dias de combate, foram escondidas por Zelensky e divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia. Diante do desastre militar, Washington preferiu “não comentar publicamente”
O ministério da Defesa russo afirmou na terça-feira (30) que a “contraofensiva” anunciada pelo regime de Zelensky “fracassou rotundamente”, com as forças do regime de Kiev tendo perdido em dois dias mais de 1700 soldados, 101 blindados e 7 aeronaves na tentativa de avançar na direção de Nikolayev-Krivoy Rog e Kherson.
Sobre a questão, a Casa Branca anunciou que “não comentará publicamente” as “alegações de contraofensiva de Kiev”, apesar de estar “ciente” – como manifestado por John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Anteriormente o jornal inglês Daily Telegraph asseverou que, se a Ucrânia não tiver sucesso em uma contraofensiva na região de Donbass e Kherson nos próximos três meses, o Ocidente poderá enfraquecer o apoio a Kiev.
As perdas ucranianas deste início de semana superam inclusive a débâcle na batalha de Ilovaisky, em 2014, que decidiu na época a sobrevivência das repúblicas populares do Donbass e forçou o então governo Poroshenko aceitar – da boca para fora – os protocolos de Minsk.
A dita ‘contraofensiva’ ucraniana vinha sendo anunciada nas redes sociais há dias, diante da necessidade do regime de Kiev de manter o suprimento de armas e dinheiro do Ocidente, havendo controvérsias sobre se a data escolhida da tentativa teve como mote o “Dia da Memória do Defensor” ucraniano – o dia do fiasco de Ilovaisky -, ou se foi por causa da cúpula da UE em Bruxelas em que a questão de “mais assistência” a Kiev está em pauta.
Foi visando essa reunião da UE que Zelensky exigiu sua “contraofensiva”, contando com algum grau de sucesso militar, acredita o editor-chefe da revista Defesa Nacional, o russo Igor Korotchenko, em declaração ao jornal Vzglyad.
Já para o especialista militar Vladislav Shurygin, o fato de as Forças Armadas da Ucrânia terem tentado atacar em vários lugares ao mesmo tempo (em três direções principais no teatro de operações de Kherson, além de uma tentativa de romper a área do Donbass, em Bakhmut) é explicado de forma bastante simples.
“Havia um objetivo – nos amarrar o máximo possível na batalha e, se surgisse a oportunidade, avançar, romper em algum lugar e tentar manobrar forças e lançar reservas adicionais nessa direção”. Para ele, a expectativa do regime de Kiev era obter “algum avanço”, que seria mostrado na web como uma vitória “ainda maior”.
Ao invés disso, o que ocorreu foram as enormes perdas ucranianas já registradas pelo comando russo. “Partir para a ofensiva pela estepe aberta, sem ter total superioridade em força e sem suprimir antecipadamente todo o nosso sistema de apoio de artilharia e nossos sistemas de controle de combate significa condenar-se a grandes perdas”, destacou Shurygin.
“Foi um massacre completamente sem sentido, de fato, militares ucranianos foram usados como bucha de canhão. E suas vidas estão na consciência de Zelensky”, enfatizou por sua vez Korotchenko.
“A ofensiva se transformou em uma morte sem sentido e um agravamento adicional entre Zelensky e o comandante das Forças Armadas da Ucrânia Valery Zaluzhny, então Kyiv acabou sem nada”, disse a fonte. Segundo a mídia russa, o general Zaluzhny avisou antecipadamente a Zelensky de que uma tentativa de contra-atacar na direção de Nikolayev-Krivoy Rog terminaria “em fracasso”.
Nas ações das Forças Armadas da Ucrânia, os padrões ocidentais de guerra são evidentes, acredita o especialista militar Alexei Leonkov. “Esta tática das Forças Armadas da Ucrânia foi ensinada por instrutores ocidentais, não há dúvida sobre isso”, acrescentando que, se tivessem agido de acordo com o modelo soviético, teriam usado o dobro de blindados.
Como assinalou o especialista militar Boris Rozhin, a tentativa do regime Zelensky de expulsar as Forças Armadas russas das posições ocupadas terminou em nada: nas áreas de Blagodatny e Snegirevka da região de Nikolayev, a coluna de Kiev recuou para suas posições originais, na área de Davydov Brod, a frente permaneceu estável e a tentativa da ofensiva das Forças Armadas da Ucrânia terminou da mesma maneira perto de Vysokopolye, Olgovka e Potemkino.
“Nas áreas de Vysokopolye, Davydov Brod, Belozerka e Zeleny Gai, há grandes perdas e fugas do exército ucraniano. O ataque das Forças Armadas da Ucrânia em Blagodatnoe terminou em fracasso e perdas. As tropas russas estão esmagando o inimigo com apoio de fogo da artilharia e da aviação”, disse ele.
Significativamente, de acordo com o canal Telegram da publicação ucraniana Strana, o resumo da noite do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia não disse nada sobre a ofensiva perto de Kherson.