Centenas de manifestantes foram às ruas de Kabul, capital do Afeganistão, na última sexta-feira (7), para exigir o fim da ocupação americana, que completou nesta data 16 anos. “Não à Otan e aos EUA”, “Ianquees Go Home!” pediam cartazes no protesto.
As tropas dos EUA invadiram o Afeganistão em 7 de outubro de 2001, sob a justificativa de combater terrorismo, depois dos ataques do 11 de setembro às Torres Gêmeas. Após 16 anos, mais de 2,4 mil soldados americanos morreram, de acordo com dados oficiais.
No entanto, de acordo com a ONU, os civis afegãos pagam o preço mais alto pelo conflito, as mortes já somam dezenas de milhares. Somente no primeiro semestre de 2017 o número de civis chegou mortos chegou a 1.662, de acordo com a Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA).
A manifestação foi organizada pelo Partido da Solidariedade no Afeganistão. “Nós não podemos mais suportar a ocupação, todos os dias testemunhamos eles [EUA e OTAN] bombardeando nossas cidades e milhares de pessoas inocentes são mortas”, afirmou um membro do partido.
“Nosso povo se reúne aqui para pedir justiça. Queremos que todos os ocupantes dos EUA e da OTAN deixem o Afeganistão o mais rápido possível e deixem o país para que o povo afegão decida o que quer. Nenhum país ocupado alcançou liberdade e democracia. É apenas o poder das pessoas que podem trazer democracia, paz e liberdade ao nosso país”, completou.
Embora Donald Trump tenha defendido em sua campanha uma “retirada rápida” das tropas do Afeganistão, depois de eleito caminha na direção oposta, exigindo que os EUA agora “lutem para vencer”. As baixas civis aumentaram em todos os países que os EUA atacam desde que Trump assumiu, 67% em apenas seis meses.
Durante sua visita a Cabul em setembro, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, anunciou que mais 4 mil soldados serão enviados para o país, o que fará com que o número total de tropas da OTAN no Afeganistão suba para 17 mil.
GABRIEL CRUZ