
Os recenseadores do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) paralisaram suas atividades, nesta quinta-feira (1), em protesto por melhorias das condições de trabalho em diversas cidades do país.
Os trabalhadores reclamam de atrasos nos repasses para transporte, demora no pagamento por setores já concluídos pelos recenseadores e atraso na remuneração referente ao período de treinamento, ocorrido no mês de julho.
Além disso, a categoria também se queixa de problemas de segurança na realização da coleta como assaltos, ameaças, assédio sexual e racismo, e de certa resistência da população em responder a pesquisa devido à pouca divulgação pelo IBGE, em meio aos cortes orçamentários de mais de R$ 1 bilhão feitos pelo governo Bolsonaro.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (AssIbge), esses problemas já haviam sido relatados pela categoria e seus prejuízos à coleta de dados da pesquisa. “O corte no orçamento do Censo reflete em baixas remunerações, rotatividade de pessoal e em uma divulgação precária. O número insuficiente de servidores efetivos do IBGE tem resultado em um suporte inadequado ao pessoal temporário. Esses fatores estão diretamente relacionados aos problemas relatados pelos recenseadores”, diz o sindicato em nota.
Segundo lideranças, capitais como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Brasília tiveram mobilizações, que também aconteceram em cidades menores, como Iranduba, no Amazonas e Icó, no Ceará, conforme registros feitos pelos próprios recenseadores em redes sociais.
“O sindicato não tem participação na construção da mobilização dos recenseadores e avalia com preocupação a situação relatada pelos trabalhadores e trabalhadoras, bem como o andamento do Censo”, diz o AssIbge. O Sindicato afirmou que, apesar da paralisação não ter sido organizada pela entidade, foi procurado pelos trabalhadores e está em contato com as lideranças para ajudar no diálogo com o IBGE.
O IBGE afirma que a coleta do Censo seguiu normalmente nesta quinta-feira e que alguns recenseadores pediram para conversar com as superintendências do instituto nos estados, sendo recebidos e ouvidos.