
A Mercedes-Benz anunciou, na terça-feira (6), que vai demitir 3,6 mil funcionários de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP), e terceirizar parte de sua produção.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, Moisés Selerges, após o comunicado da multinacional em boletim para os funcionários, “a angústia e o medo tomaram conta dos trabalhadores”.
“Nós sabemos que a partir deste boletim, a angústia e o medo tomaram conta da fábrica, mas tenho certeza que se estivermos unidos e solidários uns com os outros, sairemos vitoriosos deste processo”, disse.
A produção de componentes como eixos dianteiro e transmissão média e os serviços de logística, manutenção e ferramentaria estão entre as atividades que serão terceirizadas.
As demissões acontecerão de forma gradativa: inicialmente serão demitidos 2,2 mil trabalhadores da primeira unidade da multinacional, instalada no país em 1956, e cerca de 1,4 mil funcionários não terão seus contratos renovados a partir de dezembro deste ano. Os cortes representam 35% dos 10,4 mil funcionários da planta de São Bernardo do Campo e 60% das áreas diretamente atingidas.
No início do ano, alegando falta de componentes eletrônicos, a Mercedes-Benz já tinha posto 600 trabalhadores em férias coletivas em São Bernardo do Campo.
O sindicato informou à categoria que se reuniu com a diretoria da Mercedes-Benz na terça-feira, quando representantes da empresa pediram a abertura de negociação sobre as demissões.
O sindicato convocou assembleia dos trabalhadores para essa quinta-feira e informou que só após a assembleia se posicionará sobre o fato.
“Esclarecimentos que, comunicados à imprensa por parte do sindicato e sua direção, só serão feitos após conversa e assembleia com os trabalhadores da planta”, disse o sindicato.