Qualquer semelhança com os 51 imóveis investigados por aqui é pura coincidência…
Como o HP já registrou aqui na semana passada, Steve Bannon, ex-assessor de Trump e amigo íntimo da família Bolsonaro, foi preso na última quinta-feira (8), em Nova Iorque, acusado de fraude financeira em um caso de comprovado desfalque e lavagem de dinheiro na construção do muro entre os EUA e o México, uma promessa de Trump.
Ele recolhia dinheiro para o muro e usava na fábrica de fake news da quadrilha. Aqui, a família Bolsonaro, que não tinha muito recursos antes dele entrar na política, comprou 107 imóveis, dos quais 51 foram pagos em dinheiro vivo, num valor total de R$ 25,6 milhões. O Ministério Público investiga se esses imóveis foram usados para lavar dinheiro.
O filho de Bolsonaro, Flávio, atual senador, foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de desviar R$ 6 milhões da Assembleia Legislativa do estado quando ele era deputado, num esquema criminoso de contratação de funcionários fantasmas que devolviam parte dos salários para o parlamentar. O MP concluiu que uma das formas de lavagem desse dinheiro foi através da compra e venda fraudulentas de imóveis.
Bannon já estava sendo investigado também pela participação, junto com Donald Trump, na tentativa de golpe ao final das eleições americanas. Trump está respondendo pela tentativa de invasão do capitólio quando perdeu a eleição e não aceitou o resultado. Bolsonaro, atrás nas pesquisas, tenta imitar Trump no Brasil acusando o sistema eleitoral do país.
O golpe financeiro de Bannon esteve ligado à promessa de construção de um muro entre os Estados Unidos e o México, feita durante a campanha presidencial de Trump. Ele já tinha sido acusado antes, mas recebeu indulto de Trump. Aliás. esse instrumento do indulto a bandidos, foi usado também por Bolsonaro no Brasil.
Steve Bannon e Eduardo Bolsonaro já se encontraram diversas vezes. Devem ter trocado informações sobre a máquina de produção de fake news que foi montada nos EUA e copiada pelo bolsonarismo no Brasil. Mas também não se descarta que a discussão possa ter girado em torno de novos mecanismos de lavagem de dinheiro, sem dúvida, uma especialidade dos dois grupos.