
Representantes do Fórum das Centrais Sindicais se reuniram em Brasília com José de Lima Ramos Pereira, procurador-geral do Trabalho, para denunciar casos de assédio eleitoral de empresas que estão ameaçando trabalhadores por votos.
Conforme as centrais, “coagir ou ameaçar trabalhadores a votar em algum candidato é assédio eleitoral e precisa de punição”.
As entidades pediram atenção do MPT à questão e pedem que essas empresas sejam punidas. Segundo as entidades, as denúncias por parte dos trabalhadores, que têm crescido na reta final da campanha, estão relacionadas, em sua maioria, a aliados de Bolsonaro, candidato à reeleição.
A prática já vinha sendo de conhecimento do MPT, que, em agosto, divulgou um documento para tratar do assunto e alertar que os empregadores devem “abster-se de conceder ou de realizar qualquer promessa de concessão de benefício ou vantagem a pessoas que buscam trabalho ou possuem relação de trabalho com sua organização” em troca de votos.
O documento afirma que os empregadores não devem “ameaçar, constranger ou orientar pessoas que possuem relação de trabalho com sua organização” a votar em determinados candidatos.
“Como também ocorreu nas eleições de 2018, quando houve empresários bolsonaristas autuados e multados por assédio eleitoral, trabalhadores e trabalhadoras em todo o país denunciam estar sofrendo pressão e coação por parte de suas ‘chefias’ e patrões para votar no candidato à reeleição à Presidência da República”, afirma a CUT, salientando que “o setor do agronegócio”, lidera as denúncias.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que “todo trabalhador e trabalhadora têm o direito de escolher livremente seu candidato e esse direito não pode ser violado por nenhum patrão. Os sindicatos precisam combater e denunciar o assédio e a coação eleitoral no local de trabalho”.
Participaram da reunião os presidentes da CUT, CTB (Adilson Araújo), Força Sindical (Miguel Torres) e UGT (Ricardo Patah).