A Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição da Venezuela divulgou um comunicado chamando os eleitores a que votem em candidaturas que não respondam nem aos partidos da Mesa da Unidade Democrática (MUD), nem ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ou, em locais onde não haja candidatos de fora destas duas siglas, que votem nulo.
A Plataforma orienta ainda o voto nulo onde não haja candidatos bons que tenham um perfil independente desses dois setores, que combatam a corrupção e o burocratismo e defendam a Constituição chavista de 99 frente ao curso pouco democrático que avaliam no governo de Nicolás Maduro – no PSUV e na Assembleia Nacional Constituinte.
Assinam ex-ministros do presidente Hugo Chávez que foram afastados no governo de Maduro quando de sua guinada política. Subscrevem o comunicado Héctor Navarro, Ana Elisa Osorio, Gustavo Márquez, Oly Millán, Edgardo Lander, Santiago Arconada, Esteban Emilio Mosonyi, Freddy Gutiérrez, Cliver Alcalá Cordones, Juan García, Carlos Carcione, César Romero e Gonzalo Gómez.
Divulgado em 9 de outubro de 2017, o documento denuncia a degradação do sistema eleitoral venezuelano com manobras do Conselho Nacional Eleitoral que ficou atrelado ao Executivo Nacional.
Apesar de que – na opinião dos assinantes – essas eleições estão cheias de irregularidades e violações, consideram que “as votações regionais de 15 de outubro constituem uma oportunidade para começar a dar expressão política a outra Venezuela:
Oportunidade para demonstrar que essa outra Venezuela existe. É a Venezuela que acredita na necessidade da recuperação e aprofundamento da democracia. Que busca defender a Constituição do ano 1999. É a Venezuela que exige que, além da conveniência política dos setores polarizados, se tomem medidas imediatas ante a severa crise humanitária que o país vive. Que rechaça a generalizada corrupção tanto pública como privada. Que exige una auditoria cidadã da dívida pública e uma imediata renegociação de dita dívida de forma que os limitados recursos financeiros do Estado não sejam dedicados ao pagamento pontual da dívida enquanto que a população carece de alimentos e medicamentos .básicos. É a Venezuela que rechaça o projeto neoliberal, entreguista e genocida do Arco Mineiro do Orinoco através do qual o governo de Maduro pretende substituir o depredador regime rentista do petróleo por um extrativismo ainda mais depredador: o mineiro.