Representantes do setor cultural, artistas e mobilizadores realizaram na noite desta quarta-feira (21) um ato em apoio às candidaturas do deputado federal Orlando Silva e da deputada estadual Leci Brandão, do PCdoB.
A plenária da “Dobrada da Cultura” lotou o Cine-Teatro Denoy de Oliveira, no Bixiga, e apresentou aos candidatos reivindicações do setor que foi um dos mais impactados pela pandemia. O evento contou com representantes das mais diversas expressões artísticas: música, cinema, teatro, literatura e dança.
Ao longo de todo o encontro os representantes do setor cultural paulista destacaram a importância dos mandatos de Orlando e Leci para a formação de uma política cultural no Estado de São Paulo.
O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucca Gidra, destacou que a eleição de Orlando e Leci será fundamental para a reconstrução do setor cultural que foi devastado pelo governo Bolsonaro.
“Esse evento de hoje é um evento muito especial, pois reúne grandes figuras das artes, da música popular, da cultura brasileira, dos blocos de samba, do teatro, das mais variadas formas de cultura e arte que temos no país. Com isso, é muito importante para nós alavancarmos a luta e conseguir eleger uma bancada que vai defender a cultura tanto lá na ALESP, quanto no Congresso Nacional no próximo período”, disse Lucca.
“Nesses próximos quatro anos, é muito importante estarmos reunidos aqui e eleger Orlando e Leci, que foram dois deputados muito comprometidos com a causa da cultura. Eles são grandes parceiros nossos, e é uma honra poder sediar esse evento aqui no Cine-Teatro Denoy de Oliveira”, ressaltou.
“Agora estamos na reta final dessas eleições, se a gente ficar mais quatro anos neste governo Bolsonaro, o país vai colapsar”, completou.
MANDATOS COMBATIVOS
O vice-presidente da Unegro, Edson França, destacou a combatividade dos mandatos de Orlando e Leci e a importância para o movimento negro brasileiro.
“Hoje é com alegria e satisfação que falo que esse debate é extremamente importante para São Paulo e extremamente importante pro Brasil. Quando o governo Lula estava em um processo inicial de implantação da política de igualdade racial, Leci foi fundamental nesta questão, por fazer parte deste programa como a conselheira nacional e durante a participação dela, sempre existiu uma preocupação e atenção a questão da cultura, de como ela ajuda a promover a igualdade, a educação e muitas outras questões. Ela foi fundamental nisso”, disse.
O poeta Alessandro Buzo, um dos principais nomes da literatura marginal em São Paulo, relembrou com orgulho o vínculo criado com Orlando e Leci nos últimos anos. Segundo ele, um dos principais shows promovidos na periferia da zona leste de São Paulo contou com a participação de Leci Brandão.
“Um dos dias mais felizes da minha vida foi quando eu levei um show da Leci Brandão no meio da favela de graça”, relembrou.
Buzo, que organiza o Sarau Suburbano, ressaltou que o impacto de uma “canetada” do governo Bolsonaro pode ser destrutivo. “O Doria no primeiro dia de mandato dele, na primeira semana, ele extinguiu a Secretaria da Igualdade Racial, que financiava eventos na periferia”.
“E se você fizer a multiplicação desse caso por tudo que o Bolsonaro fez, a gente vai precisar do Lula, do Haddad e a gente vai precisar dos deputados que brigam pelas causas periféricas, brigam pela cultura, brigam pelo esporte, briga pela educação, porque sem esses deputados nem pro Lula ganhar e começa a fazer errado. Então, existe vários outros bons, mas esses dois que a gente está falando hoje da Dobrada da Cultura eu acredito”, disse.
Alexandre Kavanji, diretor artístico da Cia. Paulicea de Teatro, destacou a importância dos parlamentares para garantir o financiamento da Cultura. Kavanji relembrou que, graças a uma emenda de Orlando, mais de 200 estudantes tiveram uma formação em artes cênicas a partir do curso de formação do CPC-UMES.
“Eu sou um trabalhador da cultura e sei da importância de termos os nossos representantes no Congresso e na Alesp. É preciso fortalecer as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, para que essa verba possa ser destinada diretamente à cultura e não ao orçamento secreto. É preciso fortalecer as bancadas estaduais e federais e eleger novos governadores e um novo presidente, para que a gente tenha uma garantia e um compromisso de projetar um país que queremos, um país com a cultura valorizada, sem qualquer problema”, destacou.
O maestro Marcus Vinícius, diretor da Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar-Sombrás), destacou a necessidade do investimento na Cultura chegar nos produtores e não se perder na mão de empresários. Marcus destacou que será necessário reconstruir a política cultural do Brasil.
“Neste momento não vale a pena reconstruir a página econômica da cultura. Tem muita coisa pra refazer a gente chegar nesse novo momento que está aí e é preciso dizer que estamos aqui presentes com um projeto cultural, que é um projeto antes de tudo alicerçado com sentimento e que vai desenvolver um projeto de desenvolvimento”, destacou.
“Então, eu acho que hoje é o momento de estarmos entretidos no sentido da recuperação do país, de retomar nossa nação. É momento de voltarmos pras ruas e lutar para que possamos ter um novo governo, com nossos representantes, com muita cultura e dignidade. Vamos avançar com Leci e com Orlando, pela cultura e pelo povo”, completou.
A cantora Railidia Carvalho relembrou, junto às representantes do grupo Amigas do Samba Movimento Sociocultural, a trajetória de vida junto ao Orlando “alguém que dedica toda sua vida à luta do povo. Eu tenho muito orgulho de ser companheira dele de partido”.
“Queremos seguir então acho que é isso, vamos voltar às ruas também e nesses dias e até a eleição para pedir o voto para o Lula, o voto para o Orlando e para a Leci. Com cabeça erguida, porque nós sabemos de que lado nós estamos. E nós estamos ao lado do povo!”, disse.
Daniel Santiago, presidente da Associação Paulista de Cineastas, relembrou a figura de Denoy de Oliveira, que dá nome ao Cine-Teatro onde foi realizado o encontro e a sua contribuição à cultura de São Paulo, em especial num período onde o Estado não possuía incentivos para a produção de cinema.
Ele relembrou que durante o mandato de Orlando na Câmara dos Vereadores de São Paulo, que foi aprovada a criação da SPCine, uma política fundamental para incentivar a produção cinematográfica no Brasil.
Participaram ainda do encontro mestre Valdenor, da Federação Paulista de Capoeira, mestre Pavio, do projeto Capoeira da UMES, além de Roberto Mafra, presidente Bloco do Fuxico, do Ocupa Rua do Carnaval e Membro da direção da ABASB.
Integrantes do Movimento Hip Hop entregaram aos candidatos um manifesto com propostas para a área.
VAMOS RECONSTRUIR O PAÍS
Ao agradecerem os apoios, Orlando e Leci destacaram a trajetória de luta em defesa do país e da cultura nacional.
Orlando Silva relembrou que uma das primeiras medidas defendidas pelos “ideólogos do lado de lá” era a de “destruir muitos pilares que foram estruturados, que na verdade são pilares da civilização”.
“O debate que nós fazemos é esse: civilização contra a barbárie”
“Eu diria que a cultura brasileira ela é indestrutível. Agora as políticas culturais não são alcançadas por um governo sem compromisso com o desenvolvimento do país. É disso que se trata desse tempo que a gente vive. É disso que se trata esse desmonte que nós assistimos porque a perda do Ministério da Cultura foi um dano fundamental para as políticas que já haviam estruturadas tempos atrás”.
Ele relembrou o período que, como vereador da capital paulista, atuou pelo desenvolvimento do setor cultural paulista. “Tenho orgulho de ter sido o autor da lei que criou o SPCine que é muito importante na cidade de São Paulo, além de outras políticas de fomento importantes. Aliás, diga-se de passagem inspiradas na experiência do Leste Europeu”.
“Eu quero pedir o voto de cada um, de cada uma de vocês, e saiba que eu vou lutar e honrar a confiança sempre na defesa do Brasil, no interesse nacional, na defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, mas também da ciência, da cultura brasileira. Dobrada da luta, dobrada da revolução, dobrada que vai derrubar Bolsonaro e eleger Lula e Haddad governador”.
A CULTURA TRANSFORMA
A deputada Leci Brandão abriu sua fala relembrando as suas músicas de luta em defesa das mulheres, dos trabalhadores, da população LGBT e dos mais atingidos. Leci destacou que foi no Estado de São Paulo que ela pode retomar a sua carreira musical e que tem muita gratidão por isso.
“Eu descobri que com a música, com a cultura, você pode fazer um trabalho social. Você pode defender pessoas, defender os pretos, as empregadas domésticas, o povo do morro, você pode defender até quem está privado da liberdade”.
A deputada destacou ainda sua atuação como parlamentar na Alesp em defesa do respeito a todas as religiões e à liberdade de crença.
Leci apresentou aos presentes os compromissos da sua candidatura com o setor cultural. Dentre elas atuar para que o governo de São Paulo passe a fixar ao menos 5% do orçamento total em Cultura.
VAMOS TIRAR O BRASIL DA UTI
Leci ressaltou que o país vive um momento ímpar e pediu para que todos “arregacem as mangas” para derrotar o governo Bolsonaro.
“A hora é essa. É hora de tirar o Brasil da UTI. É hora de tirar o Brasil do coma. E só quem pode fazer isso são vocês. Porque o Lula precisa vencer, mas ele precisa ter apoio, apoio no Congresso, nas Assembleias Legislativas e também dos governos”.
“Vamos pensar que estamos num país abençoado e que eles estão acabando. Ele é um destruidor, é uma pessoa do mal, uma pessoa que não quer o bem do Brasil e principalmente não gosta de pobre, não gosta de trabalhador, não gosta de estudante, detesta o povo da saúde e não quer que haja democracia”.
“Por favor, vamos arregaçar as mangas, porque todos juntos, somos mais fortes sempre”, completou.