Um esquema fraudulento envolvendo a terceira maior siderúrgica japonesa, a Kobe Steel, foi revelado no domingo (8), depois que a siderúrgica assumiu falsificar relatórios de qualidade referentes a mais de 20 mil toneladas de alumínio, cobre e produtos de pó de aço fornecidos a empresas como a Toyota, Nissan, Mitsubishi, Honda, Subaru, Kawasaki, IHI, Mazda e Boeing.
De acordo com a empresa, a falsificação se deu durante os 12 meses até agosto de 2017. Para especialistas do setor, a fraude expõe problemas referentes ao controle de qualidade das indústrias japonesas. Com o escândalo, a empresa perdeu dois terços do seu valor de mercado, que caiu de US$ 4,5 bilhões para cerca de US$ 1,5 bilhão.
Entre os últimos escândalos do setor de inspeção e controle de qualidade do Japão, estão o da área da construção, onde as fundações fornecidas pela empresa Asahi Kasei apresentavam problemas. Ou mesmo no setor automobilístico, com a Mitsubishi admitindo manipular testes de consumo de combustível em seus veículos.
Já o esquema fraudulento da Kobe veio à tona durante uma suposta revisão de contratos, realizada em agosto pela divisão de alumínio e cobre da empresa. Segundo a companhia, uma de suas subsidiárias foi apanhada falsificando a certificação de testes oficiais em 2016. A fraude apareceu pouco depois da Nissan convocar um recall de 1,2 milhão de veículos.
A Kobe Steel atua há 112 anos no Japão, e tem divisões que produzem componentes de soldagem, maquinaria industrial e fornece serviços de engenharia para construção e também opera com geração de energia.