
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) denunciou nas suas redes sociais que o PL, partido de Bolsonaro, usou dinheiro do Fundo Partidário para pagar empresa que produziu relatório mentiroso sobre as urnas eletrônicas: “Não basta ser mau caráter, tem que pegar dinheiro público ainda por cima”.
“Eita! Sabe a grana do fundo partidário? Parece que o Partido do Bolsonaro desviou pra produzir fake news sobre as urnas eletrônicas. R$ 225 mil pra um documento fraudulento com um ‘instituto’ aí. Não basta ser mau caráter, tem que pegar dinheiro público ainda por cima. Canalhas!”, publicou o deputado, candidato à reeleição, em suas redes sociais.
Na quarta-feira (28), foi publicado um relatório produzido por um autodenominado Instituto Voto Legal falando que as urnas eletrônicas não são confiáveis.
O Instituto recebeu R$ 225 mil do PL, partido de Bolsonaro, somente entre janeiro e julho. O pagamento foi feito no dia 29 de julho e consta no balanço financeiro do partido. A empresa que realizou a “auditoria”, o Instituto Voto Legal (IVL), não quis comentar o assunto.
O documento do partido de Jair Bolsonaro diz que as urnas eletrônicas não são confiáveis sem apresentar qualquer comprovação técnica.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já respondeu às acusações e falou que o relatório se baseia em conclusões “falsas e mentirosas” e é uma “clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”. O documento do PL foi incluído no inquérito das fake news.
A empresa Instituto Voto Legal está dando continuidade às ameaças e fake news contra as urnas eletrônicas que foram iniciadas por Jair Bolsonaro. Foi para isso que ela foi contratada.
Em maio, quando anunciou que iria contratar uma empresa para auditar as eleições, Bolsonaro falou: “Ela pode falar ‘aqui é impossível auditar’ e não fazer o trabalho. Olha a que ponto vamos chegar”.
O presidente da empresa, Carlos Rocha, jura que o trabalho realizado foi “técnico e colaborativo com a organização auditada, qualquer que seja ela”.
Jair Bolsonaro também está se utilizando do cargo de presidente para tentar envolver as Forças Armadas nas eleições e tumultuar o processo. O Ministério da Defesa vai fazer uma “contagem paralela” dos votos, a pedido do chefe do Executivo.
Bolsonaro está criando essa ofensiva porque está cada dia mais distante a possibilidade de sua reeleição. Todas as pesquisas mostram que Lula está com uma ampla vantagem e com possibilidade de vencer no primeiro turno.