
O ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro defende “que o trabalhismo” se empenhe na campanha do petista “diante das ameaças à democracia e às instituições do Estado Democrático de Direito”
O Diretório Nacional do PDT iniciou a discussão sobre quem apoiar no segundo turno. A decisão poderá ser anunciada nesta terça-feira (4).
Aqui e acolá, líderes da legenda disseram que vão dar “apoio crítico” à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, os dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais previstas para dia 30 de outubro.
O ex-candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro pelo PDT, Rodrigo Neves, em posts no Twitter defendeu que “diante das ameaças à democracia e às Instituições do Estado Democrático de Direito, da barbárie social com a precarização do trabalho e da vida dos mais humildes, das ameaças irreversíveis ao meio ambiente e a Amazônia, que o trabalhismo declare apoio e se engaje na vitória do Brasil e do presidente Lula nas eleições do próximo dia 30/10”.
Neves encerrou a disputa ao Palácio Guanabara em terceiro lugar, atrás de Marcelo Freixo (PSB), cujo vencedor em primeiro turno foi o atual governador Cláudio Castro (PL), aliado de primeira hora de Bolsonaro.
O PDT, como se sabe, sustentou e apoiou a candidatura de Ciro Gomes, que terminou a disputa presidencial em quarto lugar, com 3,06% dos votos válidos, pouco mais de 3,4 milhões de votos.
APROXIMAÇÃO
Nesta segunda-feira (3), a presidente nacional do PT, deputada reeleita Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que já entrou em contato com o presidente do PDT, Carlos Lupi, e falou com ele sobre o desejo de ter Ciro Gomes “na nossa campanha” por ambos terem “questões programáticas parecidas”.
Em declaração à imprensa após o resultado da eleição no primeiro turno, Ciro Gomes afirmou que está “profundamente preocupado” com o que está “assistindo acontecer no Brasil”.
Ao agradecer aos eleitores que votaram nele, Ciro Gomes pediu tempo para falar com partidários e apoiadores, antes de se manifestar sobre qual caminho deverá tomar no segundo turno.
“Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, avaliou Ciro. “Por isso, eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira”, concluiu Ciro.
FILHO DE LUPI MANIFESTA APOIO A LULA
No Instagram, Léo Lupi, filho de Carlos Lupi, se posicionou em apoio a Lula e apontou que “não há nada mais urgente e necessário do que retirar Bolsonaro da Presidência da República”.
“Se o bolsonarismo – que vai muito além de Bolsonaro – tem se mostrado forte e enraizado na sociedade, o primeiro passo para enfrentá-lo é tirar do poder a sua liderança […] A luta contra o bolsonarismo será longa e árdua. O campo progressista e democrático precisa rever toda a sua estratégia e se reconectar com as bases sociais. Não será fácil”, postou.
APOIO A HADDAD
O “apoio crítico”, que deve ser concedido a Lula em nível nacional deve se estender em São Paulo, onde o PDT também vai endossar a candidatura de Fernando Haddad (PT) contra Tarcísio de Freitas (PL) no segundo turno no estado.
O PDT vai oficializar até esta quarta-feira (5) o apoio a Haddad.
Até o momento, o candidato do PDT ao governo paulista, Elvis Cezar, não se manifestou sobre a posição que vai adotar na disputa estadual. Ele terminou o pleito em quarto lugar, com 1,21% dos votos válidos.
APOIO DE MARINA SILVA
Outra importante liderança política a reforçar o engajamento na campanha de Lula foi a deputada federal eleita por São Paulo, Marina Silva (Rede). “O presidente Lula e o futuro governador Fernando Haddad podem contar com meu empenho diuturno.”
“Para impedir que esse segmento trágico da política nacional continue contaminando nosso tecido social, é essencial que os democratas que não estiveram ao lado de Lula no primeiro turno se juntem agora a ele e a nós. Devemos ter como imperativo ético derrotar Bolsonaro e frear o corrosivo bolsonarismo no seio de nossa Nação”, asseverou Marina.
M. V.