
Nesta semana, um vídeo que mostra o então deputado federal Jair Bolsonaro afirmando que comeria carne humana chocou os internautas.
Em entrevista ao jornal americano The New York Times, de 2016, Bolsonaro diz que só não cometeu canibalismo durante visita a uma aldeia indígena porque integrantes de sua comitiva não o acompanharam.
No vídeo, que esta semana viralizou nas redes, Bolsonaro afirma com todas as letras “que queria ver o índio sendo cozinhado” e, ao ser desafiado por uma das pessoas da comitiva que “se for, tem que comer”, respondeu: “eu como”.
Em relação a Bolsonaro, pensávamos que nenhum absurdo mais, além dos cometidos quase que diariamente em palavras e atos, ainda poderia surpreender o povo brasileiro, mas, cá pra nós, demonstrar desejo em ver um “índio sendo cozinhado” e ainda afirmar “eu comeria o índio sem problema nenhum”, já configura outro nível de absurdo, já no grau máximo de transtorno mental, ainda mais se essa pessoa ocupa o cargo máximo em nosso país, e ainda pleiteia continuar nele por mais quatro anos.
No trecho da entrevista que correu as redes sociais, Bolsonaro conta uma história sobre um caso de antropofagismo do povo Yanomami, de Roraima, e que ele estaria na região durante o ocorrido.
“Eu vou te falar o que é que é comer um índio […] Tive em Surucucu (RO) certa vez […] morreu um índio e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio, é a cultura deles […]. Cozinha por dois, três dias e come com banana”, diz Bolsonaro na gravação, e continua: “e daí eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou ‘se for, tem que comer’. Eu falei, ‘eu como!’ Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo”, completou.
No caso em questão, o yanomami Junior Hekurari, presidente do Condisi (Conselho do Distrito Sanitário Indígena) Yanomami, desmentiu Bolsonaro. “Nós, Yanomami do Surucucu, não somos canibais, nunca tivemos isso”, afirmou.
Conforme Hekurari, “não tem um relato [sobre isso]. Nem relatos ancestrais nem atuais. Esse presidente não tem respeito com o ser humano. Ele inventa da cabeça, porque não tem preocupação com o Brasil. No Sucurucu tem pelotão do Exército e tem parceria boa com os Yanomami. Isso de ‘comer indígena’ não existe”.
Agora, depois desse vídeo, vai ficar difícil para Bolsonaro e sua campanha ficarem acusando de “satanismo” os seus opositores.
A íntegra do vídeo pode ser assistida clicando aqui.