
Segundo chefe da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, tiros ocorreram em localidade próxima de onde estava o bolsonarista, mas sem qualquer ligação com o evento
Em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (17), o general João Camilo Pires de Campos, chefe da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), negou a possibilidade de atentado contra o bolsonarista e candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), na região de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, após um incidente ocorrido pela manhã.
“Até agora, o que temos são dados preliminares. Houve um ruído com a presença policial naquela área. O tiroteio ocorreu a 100 metros de onde o candidato estava e, obviamente, isso assusta. A retirada dele foi para preservar a segurança”, afirmou Campos. Ainda de acordo com o secretário, uma pessoa que trocou tiros com a polícia morreu.
“Nenhuma hipótese é dispensada, contudo, [com] os dados que nós temos até agora, eu não considero que esse fato que vá ao encontro do que o próprio candidato comentou [atentado], talvez ruído com a presença policial, talvez intimidação”, disse.
“Na nossa opinião, ainda é prematura, com os dados que nós temos, dizer isso [que foi atentado]. Eu entendo que a investigação vai ser ampla, mas essa hipótese ainda, entendemos, o confronto, a presença policial, o ruído, é isso que nós entendemos”, completou.
João Camilo afirmou, também, que no período eleitoral a SSP-SP mantém contato com as campanhas e a Polícia Federal, que é responsável pela segurança dos candidatos.
Nas redes, bolsonaristas tentaram faturar politicamente com o episódio, afirmando que Freitas teria sido alvo de um atentado. Em suas redes sociais, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chegou a citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato que lidera a corrida eleitoral à presidência da República, à frente de Jair Bolsonaro (PL).
“Lula disse no debate que ele é o único candidato que entra na favela sem colete e sem precisar de polícia. Hoje: Tarcísio Freitas sofre atentado em Paraisópolis. Tirem suas conclusões”, disse Zambelli. “O PT tem diálogos cabulosos com o PCC”, acusou a bolsonarista.
SEM ATENTADO
O repórter da TV Globo Victor Ferreira desmentiu no Twitter no início da tarde desta segunda-feira (17) a versão de que Tarcísio de Freitas teria sofrido um atentado durante agenda de campanha em Paraisópolis, favela da Zona Sul da capital paulista.
“Conversei com moradores de Paraisópolis e gente que trabalha em UBS na região e viu os tiros. Os relatos são unânimes: o tiroteio não foi no mesmo local em que Tarcísio estava. Quem já ouviu um tiroteio sabe que tiros podem ser ouvidos de longe”, informou Ferreira.
Ainda, segundo a polícia militar que atua na região, os tiros disparados na favela de Paraisópolis não tinham como alvo premeditado Tarcísio de Freitas. O Ministério Público (MP) não tem indícios de ameaça de morte do Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção criminosa que domina o local, contra nenhum dos candidatos ao Poder Executivo.

ATO DE INTIMIDAÇÃO
Horas após os bolsonaristas espalharem a versão do atentado, Tarcísio realizou entrevista coletiva na capital paulista, em que afirmou que o tiroteio não teve relação com as eleições. Segundo o candidato, foi um “ato de intimidação”.
“Não foi um atentado contra a minha vida, não foi um atentado político, não tinha cunho político-partidário. Foi um ataque no sentido de que, se você intimida uma pessoa que está lá fazendo uma visita, isso é um ataque”, disse.