
Encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), a aferição ouviu 2.002 pessoas entre os dias 14 e 16 de outubro. Preocupação da campanha do ex-presidente é com as abstenções
Pela aferição, o candidato da Federação Brasil da Esperança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 53,5% dos votos válidos, e o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), 46,5%, mostra a pesquisa de intenção de voto do Instituto MDA, encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), e divulgada nesta segunda-feira (17).
Para os votos válidos são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem. É desta forma que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) totaliza, oficialmente, os números da eleição para considerar o vitorioso.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2.002 pessoas entre os dias 14 e 16 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR 05514/2022. Leia os números completos.
VOTOS VÁLIDOS
Em votos válidos, quando excluídos brancos e nulos, os resultados foram: Lula: 53,5% e Bolsonaro: 46,5%.
VOTOS TOTAIS
Quando incluídos brancos e nulos, na pesquisa estimulada (com nomes apresentados ao eleitor em formato de lista), os resultados foram:
Lula (PT): 48,1%, Bolsonaro (PL): 41,8%, branco/nulo/não vai votar: 6,0% e indeciso: 4,1%.
DISPUTA ACIRRADA E ABERTA
“Os resultados para intenção de voto mostram disputa acirrada entre Lula e Jair Bolsonaro no 2º turno. Com índices de definição de voto para ambos os candidatos acima de 94%, e indecisos em 4%, o engajamento dos respectivos eleitores para comparecer na votação de 30 de outubro será decisivo”, chamou a atenção, por meio de nota, com pesquisa Marcelo Souza, diretor do Instituto MDA.
ESPONTÂNEA
Na pergunta espontânea, quando o próprio eleitor precisa dizer o nome do candidato em quem vai votar, sem que os nomes sejam apresentados, os resultados foram, com ambos pontuando acima da margem de erro:
- Lula: 46,4% (+4 pontos em relação à pesquisa anterior, em 30 de setembro, antes do primeiro turno)
- Bolsonaro: 40,6% (+6 pontos)
- Branco/nulo/não vai votar: 6,3% (+2 pontos)
- Indeciso: 6,7% (-4 pontos)
IMBRÓGLIO DA ELEIÇÃO
“Há um detalhe delicado nas pesquisas eleitorais: a diferença entre o não voto (brancos, nulos e abstenção) que será verificado na urna e os que, em pesquisas estimuladas, não escolhem nenhum candidato quando a lista é apresentada. No dia da eleição, o não voto tem rondado os 30%, mas nas pesquisas estimuladas esse contingente é apenas um terço disso. Cerca de 20% dos pesquisados indicam candidato na estimulada, mas provavelmente não votarão em ninguém”, escreveu o analista político, Alon Feuerwerker, da FSB Comunicação.
Para Feuerwerker, “as pesquisas sugerem uma diferença entre Lula e Bolsonaro rondando os 5 pontos percentuais. Acontece que o não voto volta a cravar o padrão clássico dos levantamentos estimulados, fica entre um terço e um quarto do que será na eleição. E, de novo, a análise corre riscos sérios ao supor que a ‘quebra’ afetará proporcionalmente os finalistas.”
ALTA ABSTENÇÃO
Depois da abstenção mais alta no primeiro turno desde 1998, o tema virou assunto central na campanha do ex-presidente, que traça estratégias para que número ainda mais alto de eleitores não deixe de votar na segunda etapa da eleição.
Na campanha, dois pontos preocupam mais. O primeiro desses é que a abstenção no primeiro turno chegou a 20,95%, o que representa 32,8 milhões de eleitores.
Tradicionalmente, é no segmento de menor renda e escolaridade que a abstenção é maior, fatia que mais dá vantagem a Lula. Falta de transporte, distância para os locais de votação, obrigação de trabalhar no dia da eleição, falta de informação são alguns dos fatores que afetam esse eleitor.
ESTADOS-CHAVE
Dentro da campanha de Lula a preocupação com a abstenção já surgiu no primeiro turno, e Lula passou os últimos dias de campanha pedindo às pessoas que fossem votar, mas o resultado foi ainda pior que em 2018.
Este ano, três Estados considerados chave para Lula garantir a vitória tiveram abstenção mais alta do que a média Nacional. No Rio de Janeiro, 22,74% dos eleitores não foram votar. Em Minas Gerais, 22,28%, e em São Paulo, 21,61%.
Lula venceu em Minas por margem menor do que o esperado, e perdeu em São Paulo e no Rio, por margens maiores do que se previa, e a campanha acredita que é preciso trabalhar parte da abstenção para melhorar esses índices.
M. V.