Atividade econômica caiu 0,8% na comparação com julho, segundo o Monitor do PIB. Consumo das famílias recuou 0,5%
A atividade econômica brasileira caiu 0,8% em agosto na comparação com julho, segundo o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta quarta-feira (19). Com os juros em patamares proibitivos, a inflação elevada e desvalorização dos salários, o consumo das famílias retraiu 0,5% no período.
“A queda da atividade econômica em agosto está associada às retrações na indústria e nos serviços. Destaca-se que houve recuos na maior parte das atividades que compõem estes dois setores. Pela ótica da demanda, o destaque é a queda do consumo das famílias em agosto, na comparação com julho”, segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece. Segundo ela, esse resultado já era esperado “devido aos juros estarem em patamares elevados”.
Pelo lado da oferta, o setor de serviços caiu 0,4% ante julho, foi o pior resultado desde janeiro de 2022. A indústria recuou 0,8% na mesma comparação.
O resultado do Monitor do PIB é mais um dado da economia que desmente as afirmações de Bolsonaro de que a economia está bombando. Na segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também apontou queda na economia brasileira em agosto. De acordo com o indicador, o PIB do Brasil despencou 1,13% no mês, a maior queda mensal desde março de 2021.
Na passagem de julho para agosto, segundo o IBGE, a produção industrial registrou queda de 0,6%. Por sua vez, as vendas do comércio varejista na sua modalidade ampliada recuaram -0,6%. Já o volume de serviços prestados no Brasil ficou pouco acima de zero (0,7%).
O indicador da FGV registrou um crescimento de apenas 0,7% em agosto comparado a julho, no índice de formação bruta de capital fixo (FBCF), que mede o que investe o país em bens de capital, máquinas, equipamentos e material de construção e outros.
As exportações brasileiras de bens e serviços registraram crescimento de 0,6% em agosto, enquanto as importações recuaram 0,3% – ambas em comparação ao mês imediatamente anterior.
O Monitor do PIB-FGV é considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também apontou que houve desaceleração da economia brasileira em agosto. De acordo com o indicador, o PIB do Brasil despencou 1,13% em agosto. Na comparação com julho deste ano, foi a maior queda mensal desde março de 2021.