
O candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, na madrugada desse sábado (29), que Jair Bolsonaro tentou impedir a transferência do líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal.
O ex-governador paulista leu o trecho do livro de Sérgio Moro, onde o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro fez a revelação da atuação de Bolsonaro para manter Marcola em um presídio estadual.
Alckmin deu a declaração após o debate da TV Globo entre Lula e Bolsonaro, realizado nesta sexta-feira (28). Ele foi aos estúdios da emissora assistir o enfrentamento. Logo que acabou, o ex-governador de São Paulo foi ao encontro dos jornalistas para falar.
A campanha de Bolsonaro tenta ligar Lula ao crime organizado insistentemente. Durante o debate, o candidato a reeleição voltou ao tema dizendo que por relação com Lula, Marcola não havia sido transferido para um presídio federal.
Os presídios federais têm segurança reforçada e exigem uma disciplina mais rígida que as estaduais.
Após o debate, Alckmin afirmou: “’Passa poucos dias da deflagração da operação império, fui surpreendido por uma mensagem dele, Bolsonaro, no meu celular, sugerindo cancelamento das transferências. Bolsonaro disse estar receoso de possíveis retaliações do crime organizado contra a população civil e temia que se isso acontecesse o governo federal fosse responsabilizado, inclusive com impeachment no Congresso’. O Moro escreve no seu livro, Bolsonaro lhe manda um e-mail pedindo o cancelamento, que não fosse feita a transferência.”
Alckmin também disse que “a transferência foi pedida antes do Bolsonaro assumir, pelo Ministério Público de São Paulo e foi autorizada no começo de 2019 por ordem do Tribunal de Justiça de São Paulo. Não foi o Bolsonaro quem pediu, foi o MP, quem autorizou foi o Judiciário, e o Bolsonaro, diz o Moro, tentou impedir a transferência do Marcola. Essa é a realidade.”