A maioria das operações realizadas no dia da eleição se concentraram na região Nordeste, onde Lula venceu com larga margem no primeiro turno. Moraes obrigou que diretor da PRF suspendesse as barreiras
As operações de domingo da Polícia Rodoviária Federal, com o objetivo frustrado de impedir eleitores de Lula de votarem, foram, segundo o jornalista Lauro Jardim, articuladas em reunião no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em 19 de outubro.
Segundo o jornalista, as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal teriam sido instruídas a ficar atentos ao transporte de eleitores, especialmente no Nordeste. A maioria das operações que aconteceram no dia da eleição se concentraram na região, onde Lula venceu com larga margem no primeiro turno.
Antes do final da manhã, milhares de denúncias das barreiras policiais inundaram as redes sociais. Eleitores e autoridades denunciaram as operações. Até as 12h35, 514 ações da PRF foram realizadas. A grande maioria delas estava sendo feita no Nordeste.
As ações descumpriram decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que havia determinado que não fossem realizadas operações policiais com transporte público durante o dia de votação.
Diversas autoridades foram acionadas para impedir que a PRF conseguisse impedir os eleitores de exercerem os seus direitos políticos. Prefeitos, govenadores e parlamentares foram até os locais onde ocorriam as barreiras policiais. O doutor Marcones Sá, prefeito de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, foi um dos que denunciou a trama.
“Fazer trabalho a essa hora, no dia da eleição, é uma posição institucional contra a democracia brasileira. É isso que a gente quer denunciar. É isso que a gente está denunciando. É isso que a gente quer repudiar”, disse prefeito num vídeo divulgado por ele no local onde a barreira estava sendo feita.
Diante da enxurrada de denúncias, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes convocou o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que havia postado no dia anterior mensagem de apoio à candidatura de Bolsonaro, para prestar esclarecimentos e ordenou que todos os bloqueios fossem suspensos imediatamente. A medida foi obedecida e frustrou o plano arquitetado no Alvorada para atrapalhar a eleição e prejudicar a candidatura de Lula.