Senador eleito no Maranhão e cotado para o Ministério da Justiça, o ex-governador Flávio Dino (PSB) defende que PT e PSB abram mão de comandos de ministérios para ampliar alianças. Devem “abrir espaço”, define.
Segundo Dino, a prioridade na montagem do governo Lula (PT) deve ser buscar alianças com siglas de centro, como PSD, MDB e União Brasil, e só então definir quantos ministérios o PT e o PSB, partido dele e do vice, Geraldo Alckmin, terão.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles, apesar de cotado para a Justiça, Flávio Dino diz não ter conversado sobre ministérios com Lula, mas afirma que o futuro governo dará liberdade à Polícia Federal.
“Não vamos trocar um aparelhamento por outro. Em vez de o aparelhamento, colocar a legalidade. Nós sabemos que as autoridades policiais, de um modo geral, têm a independência técnica, mas isso não pode significar uma instituição desgovernada, que possa fazer qualquer coisa”, disse.
“Não pode haver manobra para impedir investigação. Não se pode engavetar investigações e violar a autonomia técnica dos delegados. A polícia não pode estar subordinada à política”, diz.
O PSB estaria se articulando para garantir dois ministérios na gestão petista. Os nomes apresentados seriam o de Márcio França, ex-governador de São Paulo, e Paulo Câmara, atual governador de Pernambuco.
Em entrevista para a Globonews, Dino comentou que Lula não terá problemas com indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o presidente eleito “tem know-how” para a decisão e a questão não deve ser vista como “um ponto de atrito ou preocupação”.
O próximo governo terá direito a duas indicações ao STF, quando haverá as aposentadorias dos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, em 2023.
“Foi assim ao longo do mandato que ele exerceu, com a escolha de juristas respeitadíssimos. Acho que o Lula tem know-how nessa questão de escolha de ministros do Supremo. Fez ótimas escolhas, e acredito que não há nenhuma razão para o Senado eventualmente rejeitar nomes credenciados pelo seu currículo e suas trajetórias profissionais”, declarou o ex-governador do Maranhão.