Devido ao fracasso da campanha vacinação contra a Poliomielite, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio neste domingo (6) no qual apela para que pais e responsáveis vacinem seus filhos contra a doença. A taxa de vacinação contra a pólio no país está abaixo dos 70%, longe atingir a meta estabelecida
“Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis: vacinem suas crianças contra a poliomielite. Não podemos negar esse direito ao futuro do nosso Brasil”, disse o ministropela pasta de imunizar 95% das crianças abaixo de 5 anos. A meta não é atingida desde 2016.
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por vírus que pode infectar crianças e adultos. Nos casos graves, pode levar à paralisia nas pernas.
A baixa adesão à campanha, realizada entre 7 de agosto e 30 de setembro deste ano, acende um alerta para o risco de volta da doença já erradicada no Brasil. O último caso de poliomielite no país foi detectado em 1989. Cinco anos depois, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) certificação de área livre da doença.
No entanto, desde 2016, a cobertura vacinal começou a cair. A falta de investimento em pesquisa e os ataques reiterados à ciência e às vacinas por parte do atual governo, fez com a OPAS, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), colocasse o Brasil no mapa de países onde há o risco de retorno da infecção.
No dia 14 de setembro, um conjunto de entidades de controle de contas públicas, liderado pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, encaminhou uma carta a todos os presidentes de Tribunais de e Contas do país para propor uma fiscalização nacional das ações do Programa Nacional de Imunizações, devido à lentidão das ações Brasil afora.
As entidades alegaram que a medida foi motivada pelo “cenário preocupante de redução nas coberturas vacinais” e por isso orientaram que os órgãos de fiscalização adotassem ações de “orientação, acompanhamento e fiscalização acerca das medidas efetivamente adotadas pelos entes federativos jurisdicionados, para que as campanhas de vacinação alcancem as metas previstas, a fim de evitar a reintrodução de vírus já erradicados no Brasil”.
Na semana anterior à iniciativa da associação, o Ministério da Saúde, Saúde, já havia prorrogado a campanha de vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação até o dia 30 de setembro pela baixa procura do imunizante.
Dados preliminares sobre a vacinação mostravam que haviam sido vacinadas 3,7 milhões de crianças menores de cinco anos de idade, com uma cobertura vacinal alcançada de apenas 32,5% (quando a meta era chegar à imunização, números muito inferiores ao previsto pela pasta.
Já a multivacinação para atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente menor de 15 anos de idade só conseguiu cobrir até meados de setembro 537.252 pessoas. Mesmo com o fim das campanhas, as vacinas que compõem Calendário Nacional de Vacinação seguem disponíveis para a população brasileira durante todo o ano.
Há duas vacinas disponíveis ofertados pelos serviços de saúde: a vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável; e a vacina oral poliomielite (VOP). O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade. Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, o esquema vacinal recomendado é composto por três doses de VIP, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, mais dois reforços com VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por vírus que pode infectar crianças e adultos. Nos casos graves, pode levar à paralisia nas pernas. Também chamada de “paralisia infantil”, é caracterizada por um quadro de paralisia flácida (fraqueza ou paralisia e por redução do tônus muscular).
A doença é causada pelo poliovírus, “que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia”, segundo a Fiocruz.