O site da Câmara dos Deputados divulgou, na segunda-feira (16), vídeos com trechos dos depoimentos da colaboração premiada do ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), prestados em abril do ano passado e em agosto deste ano. A colaboração foi homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Corrêa, que foi líder do PP, citou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e afirmou que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) era uma “máquina de arrecadar dinheiro”. O ex-deputado descreveu as relações entre os partidos e as diretorias da Petrobrás, principalmente as de abastecimento e a da área internacional.
Ele contou que Lula participou diretamente da nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da estatal. Em outros termos da colaboração premiada, que a TV Globo teve acesso, Pedro Corrêa afirmou que a então presidente Dilma mandou, em 2011, um diretor da Petrobrás a voltar a pagar propina ao PP.
O ex-deputado contou que na época o partido estava dividido e ele ficou no grupo que não estava mais recebendo propina da diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa. Segundo o depoimento, o então diretor afirmou que só retornaria os pagamentos ao grupo de Corrêa se houvesse um “sinal de fumaça” do Planalto.
De acordo com Pedro Corrêa, o então ministro das Cidades Mário Negromonte, que era deputado pelo partido, viajou com Dilma para lançar o projeto do metrô de Curitiba e aproveitou para conversar com ela sobre o assunto, queixando-se que Paulo Roberto Costa estava se recusando a atender financeiramente o grupo do PP.
Pedro Corrêa afirmou que a presidente encarregou os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) para fazer com que Costa retomasse os repasses de vantagens indevidas. Com o aval dos ministros, o ex-diretor voltou a pagar propina ao PP.