O MP apontou irregularidades nas blitzes feitas no 2º turno e na demora em desfazer bloqueios em rodovias provocados por atos de caráter golpista
A Polícia Federal abriu um inquérito nesta quinta-feira (10) para investigar a postura do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, durante as eleições. O objetivo é apurar se o diretor cometeu abusos durante o segundo turno da eleição presidencial.
A informação foi publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o veículo, o caso vai tramitar na Superintendência da PF no Distrito Federal. O Ministério Público apontou irregularidades nas blitzes feitas no domingo do 2º turno pela PRF e na demora em desfazer bloqueios em rodovias provocados por atos de caráter golpista.
No dia do segundo turno, moradores do Nordeste usaram as redes sociais para denunciar operações da PRF nas estradas da região. De acordo com eles, os agentes colocaram barreiras em vários pontos, atrasando a votação dos eleitores. Na mesma data, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), havia proibido a corporação de realizar operações relacionadas ao transporte de eleitores.
Em ofício encaminhado à PF no início do mês, o MP havia sinalizado uma suspeita de que Silvinei Vasques tivesse incorrido em crime frente aos bloqueios nas rodovias. Os procuradores também defendem que o diretor-geral da PRF, que declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, seja responsabilizado por “crimes praticados por invasores de rodovias”.
Vasques deve ser chamado para depor na PF nos próximos dias. Também é investigada a omissão de Vasques em relação aos bloqueios criminosos de rodovias. Desde o resultado das eleições, no dia 30 de outubro, elementos infiltrados na categoria dos caminhoneiros passaram a fechar rodovias federais. Eles e outros apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) – derrotado nas urnas contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – não aceitaram o resultado das urnas.