Fracassa provocação do chefe da junta nazista de Kiev na tentativa de envolver ainda mais a Otan em guerra contra a Rússia
Declarações feitas pelo presidente norte-americano Joe Biden, pelo presidente polonês Andrzej Duda e pelo secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg nesta quarta-feira (16), admitindo que era “ucraniano” o míssil que atingiu uma aldeia da fronteira polonesa, esvaziaram a tentativa do regime de Kiev de usar o incidente – ou provocação ? – para empurrar a OTAN para um confronto direto com a Rússia, inclusive com os mais afoitos clamando pelo ‘artigo 5’, e garantir mais armas e mais dinheiro a Zelensky e seus neonazis.
Na véspera, o próprio Biden, de forma preliminar, já dissera que era “improvável, em termos de trajetória, que o míssil tenha sido lançado da Rússia”, enquanto porta-voz do Pentágono se recusara a endossar versão acusatória divulgada pela Associated Press.
Fontes da Otan ouvidas pela agência de notícias Reuters afirmaram que Biden informou ao G7 – o grupo dos países mais ricos do mundo – e aos parceiros da aliança militar que a explosão na Polônia foi causada por um míssil de defesa aérea ucraniano.
O Ministério da Defesa da Rússia já havia classificado como “provocação deliberada visando agravar a situação” as acusações contra Moscou de supostos “mísseis ‘russos’, caindo na área da aldeia de Przewodów. “Nenhum ataque foi feito contra alvos perto da fronteira do estado ucraniano-polonês por meios de destruição russos”. Fragmentos de mísseis, cujas fotos foram publicadas por meios de comunicação poloneses no local, “não têm nada a ver com armas russas”, acrescentou. Especialistas russos identificaram, pelos fotos dos destroços divulgadas, que se trata de “um míssil do sistema de defesa S-300 usado pela força aérea da Ucrânia”.
Na véspera, o próprio Volodymyr Zelensky, trajando a camiseta caqui e fazendo voz trágica, havia declarado que “o terror não se limita às fronteiras do nosso território, mísseis russos atingiram a Polônia” e instado a OTAN “a agir” contra a “escalada significativa”.
“Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos. Disparar mísseis contra o território da OTAN! Este é um ataque de mísseis russos contra a segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir”, vociferou.
E encenando se dirigir aos poloneses, declarou que “a Rússia se opõe ao mundo, a Rússia nos aterroriza e a todos que pode alcançar. Faremos de tudo para detê-la!”.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, acusara a Rússia de “promover uma teoria da conspiração de que foi alegadamente um míssil da defesa aérea ucraniana que caiu em território polonês. Ninguém deveria comprar a propaganda russa ou amplificar suas mensagens”.
PRESIDENTE POLONÊS DESMENTE
O presidente polonês Duda, que na véspera reunira o Conselho de Segurança de seu país, na quarta-feira disse aos jornalistas que há “muitas indicações de que há uma grande probabilidade de que tenha sido um míssil, que serviu como defesa antimísseis, usado pelas forças de defesa ucranianas”.
Ele também assinalou que não houve explosão típica quando o míssil caiu. “O mais provável é um míssil produzido na década de 1970, da classe S-300” – ou seja, na era soviética.
Duda acrescentou que “não há nada que indique que foi um ataque deliberado contra a Polônia. O fato de um míssil ter caído em nosso território não foi uma ação deliberada. Aquele míssil não foi apontado para a Polônia. Não foi um ataque contra a Polônia”.
STOLTENBERG TAMBÉM CORROBORA: É ‘UCRANIANO’
Em entrevista coletiva após reunião da OTAN em Bruxelas, seu secretário-geral Stoltenberg afirmou que “o incidente provavelmente foi causado pelo míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o território ucraniano contra ataques de mísseis de cruzeiro russos”. Ele acrescentou que “não temos indicação de que a Rússia esteja preparando ações militares ofensivas contra a OTAN”.
Apesar de não endossarem a provocação desde Kiev, os patronos de Zelensky insistiram na tese de que “a culpa”, de qualquer jeito, “é da Rússia”, o que levou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a advertir sobre a “russofobia histérica” em curso.
PROVOCAÇÃO
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rechaçou peremptoriamente as alegações de qualquer vínculo com o míssil que caiu na Polônia, assinalando que uma investigação imparcial revelaria que não passa de uma provocação. Em comunicado oficial, a Rússia observou que o regime de Kiev está tentando desesperadamente usar qualquer pretexto para culpar Moscou, buscando apoio adicional do Ocidente.
O jornal russo Komsomolskaya Pravda (KP) registrou como uma “coincidência incrível” que o incidente haja ocorrido na véspera da reunião de representantes dos países da Otan na base de Ramstein, na Alemanha, na qual se espera que o regime de Kiev peça a criação de uma “zona de exclusão aérea” sobre a Ucrânia. Além de em paralelo à cúpula do G20.
O jornal KP chamou a atenção para o fato de que os mísseis russos usados nos ataques de terça-feira são de alta precisão, Kalibr e Kh-101, cujo desvio possível do alvo pode ser medido em centímetros ou poucos metros. E certamente não em centenas de quilômetros de distância. O alvo mais próximo da fronteira estava na cidade ucraniana de Kovel. Fica a 100 quilômetros de Pszewodów.
Para o KP, o que precisa ser averiguado agora é se foi uma “provocação deliberada” ou apenas um oportunismo que não colou, diante de um incidente.