Vice-presidente também desestimulou atos antidemocráticos
O vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser tranquila.
“O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças Armadas”, ressaltou.
Mourão também deixou um recado para desencorajar as manifestações com teor antidemocrático que pedem “intervenção militar” no país.
Segundo o general da reserva, a direita bolsonarista deve trabalhar politicamente para tentar retornar ao poder em 2026, além de disputar as eleições para as prefeituras em 2024.
“A minha mensagem é muito clara: nós temos que viver para lutar no outro dia. Não adianta querer morrer hoje, senão não vamos viver para lutar amanhã. Viver para constituirmos uma força tremenda”, disse.
O vice-presidente da República rejeitou ainda a possibilidade de assumir a entrega da faixa presidencial a Lula, caso Jair Bolsonaro (PL) se recuse a cumprir o rito de transição.
“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, disse Mourão.
Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada na quarta-feira (16), o vice-presidente avaliou que o compromisso de entrega da faixa por Bolsonaro denotaria um “grande gesto” para uma eventual revanche na próxima eleição. “Acho que seria um gesto de altivez e de desafio: “Toma aí, te vira agora aí, meu irmão. Te vejo em 2026”, afirmou.
A transmissão da faixa é uma solenidade que faz parte do protocolo da transição, mas o gesto não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse.
O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional.