O deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG), membro da equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (17), declarou que a Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (PL) passará por investigação para identificar a relação que a pasta pode ter tido com o “Gabinete do Ódio”.
O pente-fino vai identificar se a SECOM usou dinheiro público para financiar veículos que disseminaram notícias falsas e ataques à democracia. O “gabinete do ódio” é uma milícia digital associada a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
“Ontem a gente já teve acesso a uma série de contratos extremamente suspeitos. O presidente Lula usa a expressão “ressonância” né? É fazer uma ressonância do gabinete do ódio. Ao que tudo indica, quem financia, quem estrutura o gabinete do ódio é a Secom. Estamos tendo acesso a uma série de dados, de contratos extremamente suspeitos, e a ideia é seguir o fio desse dinheiro para tentar chegar aos verdadeiros financiadores dos gabinetes”, afirmou o deputado.
Janones classificou o atual presidente como “um bandido” e disse que um dos objetivos é demonstrar como o discurso anticorrupção do governo é falacioso.
“A gente está fazendo alguns levantamentos de alguns contratos. Está tirando essa sujeira debaixo do tapete para acabar com essa falsa narrativa de Bolsonaro se colocando como o pai da ética, da moral, contra corrupção. Não passa de um bandido, um ladrão. Ficou quatro anos roubando dinheiro público e jogando a sujeira para debaixo do tapete”, disse.
O deputado ainda usou suas redes sociais para informar que a Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro pagou R$ 13 milhões ao instituto “Paraná Pesquisas”.
“Mais um escândalo descoberto aqui na transição: a SECOM enfiou 13 milhões de reais do dinheiro do povo na Paraná Pesquisas! Existe uma quadrilha na SECOM que irriga todos os ministérios com muito dinheiro pra manter um projeto de poder. Irão pra cadeia com Bolsonaro”, disse Janones.
Segundo Janones, Bolsonaro (PL) gastou R$ 4,7 milhões com bandeiras para apoiadores durante as comemorações do 200º aniversário da Independência do Brasil.
“Primeira descoberta nossa aqui na transição: quem paga a bandeira dos ‘patriotas’ somos nós! Foram 4,7 milhões de reais, pagos com dinheiros dos seus impostos para a farra do 7 de setembro. Uma loja no Brás (tradicional bairro de comércio em São Paulo) abocanhou a maior fatia desses milhões para distribuir bandeiras”.
Janones foi escolhido pelo futuro vice-presidente Geraldo Alckimin (PSB), coordenador da equipe de transição de Lula. O deputado mineiro é integrante do grupo técnico de Comunicação Social.