“É um serviço público de eletricidade respaldado na Constituição e de competência da União, sendo as hidrelétricas bens públicos. Isso é o que determina a Constituição”, diz o engenheiro indicado para o grupo de transição do novo governo
O engenheiro eletricista da Eletronorte e diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobrás (Aesel) Ikaro Chaves afirmou na quinta-feira (17), em entrevista ao Portal Vermelho, que a reversão da privatização é possível por ser a empresa constitucionalmente um serviço público.
“É um serviço público de eletricidade respaldado na Constituição e de competência da União, sendo as hidrelétricas bens públicos. Isso é o que determina a Constituição. Então as condições de a gente fazer a reversão da privatização da Eletrobrás são totais do ponto de vista técnico, jurídico e econômico”, disse Chaves. O engenheiro foi indicado para o grupo da transição de Minas e Energia do novo governo pelo coletivo nacional dos eletricitários.
O dirigente sindical falou também das consequências da privatização na conta de luz dos brasileiros. “Vai começar a partir do ano que vem com um tarifaço, que já está contratado. Se o Brasil quer voltar a crescer, ele precisa de energia. Para ter energia, precisa também haver investimento e a Eletrobrás privada não tem nenhuma obrigação. Isso coloca o país sob vulnerabilidade intolerável”, argumentou.
Questionado sobre o futuro ministro, Chaves diz que quem assumir o posto terá que recuperar a autoridade. “A soberania nacional, que passa pela soberania energética, foi aviltada nos governos Temer e Bolsonaro”, lembrou. De acordo com ele, a primeira tarefa será recuperar os instrumentos de soberania energética e, a segunda, na área de óleo e gás, que o setor energético tenha produto barato e confiável para a qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento do país.
Sobre o governo Bolsonaro, o dirigente diz que houve somente destruição. “Um governo antinacional que causou a maior destruição da história do Brasil do setor energético. No setor de óleo e gás o que a gente viu foi um desinvestimento gigantesco da Petrobrás com a desnacionalização e privatização de vários setores. No setor elétrico foi pior ainda. Entregou totalmente a capacidade de intervenção do estado brasileiro (…) um governo de terra arrasada. A tarefa de reconstruir o setor elétrico será uma tarefa hercúlea”, afirmou.
Fonte Portal Vermelho