A 19ª Marcha da Consciência Negra, sob o mote “Por um Brasil e uma São Paulo com democracia e sem racismo”, reuniu entidades do movimento negro, sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais na avenida Paulista nesse 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra.
Realizada na data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, a Marcha da Consciência Negra celebra grandes figuras da história do povo brasileiro que dedicaram suas vidas para combater a escravidão, inicialmente, e após sua abolição, o racismo, que condena a maior parcela do povo à pobreza e a vulnerabilidade social. Dentre essas figuras, além de Zumbi dos Palmares, estão Dandara, Chico de Matilde (ou Dragão do Mar) e o patrono da abolição, Luiz Gama.
Entre as entidades organizadoras da Marcha está o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), que ressalta a importância da Marcha nesse momento de virada histórica contra o fascismo e o racismo no país.
Orlando Silva, deputado federal que apresentou o projeto de lei responsável por resgatar a figura de Luiz Gama e torná-lo patrono da abolição, concretizada em 1888, divulgou vídeo pelas redes sociais enfatizando a importância do Dia da Consciência Negra num momento de derrota do atraso representado por Bolsonaro, responsável pela intensificação dos discursos de ódio e do racismo nesses últimos quatro anos.
“A gente veio gravar hoje em homenagem a este personagem, Luiz Gama, símbolo da luta antirracista no Brasil e patrono da abolição da escravatura por um projeto de lei de nossa iniciativa. O ano que vem é o ano em que vamos renovar a esperança no governo do presidente Lula, dando centralidade à luta antirracista. Por isso, hoje estamos nas ruas e sigamos nas ruas para fazer o Brasil ser um país livre do racismo. Valeu Zumbi, valeu Dandara! Valeu Luiz Gama! A luta continua”, disse o parlamentar diante de um busto em homenagem ao advogado dos escravos, como era conhecido Luiz Gama.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), enfatizou a luta da população negra no Brasil por melhores condições de vida e pelo fim do racismo. “A nossa consciência negra é a razão da nossa luta diária por um Brasil mais humano e livre do racismo, do preconceito e da intolerância”, disse.
“Faremos Palmares de Novo! Dia 20 de Novembro marca a luta do nosso povo por libertação. Mais do que reconhecer a dívida histórica com os negros e negras no Brasil, é preciso que tenhamos políticas públicas de igualdade racial”, disse Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Nem a falta de som, que foi apreendido pela PM, nem a chuva forte impediu que o ato ocorresse, e os manifestantes seguiram em direção ao Teatro Municipal, onde foi encerrado por volta das 15h.