Vice-presidente da Aepet denuncia a explosão de preço para favorecer Grupo Ultra
Em entrevista à Hora do Povo, o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, condenou a explosão do preço do gás de cozinha em todo o país. “O preço do gás subiu devastadoramente. É um combustível social porque 90% dos brasileiros cozinham com gás GLP e muitas pessoas estão sem condições de comprar o botijão, passando a usar lenha, o que pode causar desertificação no país, como aconteceu em vários países da Ásia”, afirmou.
De acordo com Siqueira, “o mais grave nessa história do gás é que a Petrobrás para refinar, produzir e transportar fica só com 32% do preço total. Já o atravessador, que é o distribuidor, só para engarrafar e vender, fica com 50% da estrutura do preço final do gás”. Os 18% restantes são referentes a impostos.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em abril de 2017, o botijão custava em média de R$ 57,19. Em abril de 2018, o botijão estava R$ 66,99, em média. Em vários lugares o preço ultrapassava R$ 80.
Para o dirigente da Aepet, o justo seria reduzir a margem dos distribuidores. Poderiam ter um ganho de 10%, o que já seria uma boa taxa de retorno. Isso redundaria na redução do preço do botijão de gás. “Como eles cobram 50%, se poderia reduzir em até 40% o preço do botijão e a população poderia ser contemplada com o preço justo desse insumo usado para preparar o alimento. Seu preço poderia cair de R$ 80 para R$ 48. É inaceitável essa participação do atravessador”, denunciou. “Essa política de preços não é da Petrobrás, é do Pedro Parente, seguido pelo Ivan Monteiro”, acrescentou.
Entre os atravessadores que estão ganhando rios de dinheiro extorquindo a população, Siqueira destacou o Grupo Ultra: “O atual presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, foi presidente do Conselho de Administração desse Grupo. Ele veio para a Petrobrás e tentou vender a Liquigás, subsidiária da Companhia que tem 35% na cadeia de distribuição de gás. O Grupo Ultra é multinacional que tem como holding a Ultrapar. Felizmente, através de ações da Aepet, a venda da Liquigás para o Grupo Ultra foi barrada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”.
Depois de Dilma aumentar em 15% o preço do gás de cozinha, em 2015, após 13 anos de congelamento, em junho do ano passado, assim como a gasolina e o diesel, a Petrobrás também alterou sua política de preços do gás de cozinha (GLP), acompanhando os preços internacionais. Resultado: 1,2 milhões de brasileiros tiveram de recorrer à lenha ou carvão para cozinhar em todas as regiões do país, especialmente no Norte (alta de 16%), conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que provocou um aumento de acidentes domésticos com álcool e querosene no preparo de alimentos.
Diante dessa situação, a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) lançou uma campanha pelo tabelamento de preço do botijão de gás a R$ 55. “Basta! Exigimos preço justo a R$ 55,00 com tabelamento, congelamento e subsídio para o gás de cozinha para todas as famílias jogadas no desemprego por esse governo corrupto e irresponsável! Mulheres à Luta!”, disse a entidade em nota.
“Desde janeiro de 2017 o bolso do povo vem sendo assaltado pelo governo Temer, que atrelou o preço dos combustíveis e seus derivados ao dólar provocando aumentos escorchantes na gasolina e no gás de cozinha. Temos quase 30 milhões de desempregados e a carestia só aumenta”, acrescentou a CMB.
Os Ministérios Públicos de Pernambuco e do Rio Grande do Norte (MPPE e MPRN) cobraram a normalização da produção e distribuição do gás de cozinha nos estados. Em Pernambuco, as cidades do interior são as principais prejudicadas com a falta de gás.
O Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, informou que o déficit do estado foi reduzido em 300 mil botijões, em relação à demanda de 1º de junho, mas existe “uma falta de quase 400 mil”.
No Rio Grande do Norte, na Refinaria Clara Camarão, da Petrobrás, a produção de GLP foi reduzida em 50% nos últimos quatro anos. Além do Estado, o produto é distribuído para o Ceará e Pernambuco.
Apesar dessa situação que beira o caos, a administração de Ivan Monteiro na Petrobrás mantém a mesma política de preço para o gás de cozinha, uma verdadeira afronta à população mais necessitada.
Isso é ilusão de algo q as companhias nem sabem oque falam pois eu vendo gás e para pegar direto da plataforma da ultra e ser exclusivo deles aqui em Chapecó eu pagaria 54 reais no p13 mais 4 reais por butijão de frete iria para 58 reais !
Como é que uma distribuidora vai se manter desse jeito ganhando 10 reais o butijão?
Ou aqui as companhias estão ganhando rios de dinheiro ilícitos por fora do salário !
Esse valor de 25 ou 24 reais nas plataformas é mentira pois aqui se paga 54 direto e 61 a 62 de atravessadores de terceiros!