O Grupo Técnico Justiça e Segurança Pública da equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avaliou que há uma “politização” e “desmonte financeiro” na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal.
“Há um ambiente de politização e desmonte financeiro”, declarou um dos integrantes da equipe de transição em entrevista ao canal de notícias GloboNews.
Recentemente, a PRF anunciou que havia decidido limitar os serviços de manutenção em suas viaturas, devido às dificuldades financeiras da corporação. Já a PF teve que suspender a confecção de passaportes por falta de verba para adquirir os papeis para os documentos.
O GT já tem reunião agendada com a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais. No encontro, a entidade vai tentar explicar que os policiais rodoviários federais são uma coisa, e a atual cúpula da PRF, que está sendo alvo de investigação, outra.
“Os policiais rodoviários federais não têm nada a ver com a alta gestão. Os bons resultados apresentados pela categoria foram usados indevidamente pelo presidente Jair Bolsonaro, pois a PRF é uma instituição de Estado e não de governo”, afirmou um membro da entidade que pediu anonimato.
Segundo a GloboNews, a equipe de transição pretende estabelecer uma política nacional de segurança pública mais unificada e coordenada nacionalmente, que, se estivesse em vigor, poderia ter desfeito rapidamente os bloqueios ilegais em rodovias Brasil afora.
Os bloqueios estão sendo realizados por apoiadores de Jair Bolsonaro, inconformados com a derrota para Lula nas eleições de outubro.
No que diz respeito à Polícia Federal, o GT entende que também é preciso que haja soluções orçamentárias. O grupo vai se reunir nesta quarta-feira (23) para discutir as restrições financeiras em ambos os órgãos.