São muitas as razões para o torcedor acreditar no Hexa. Com um grupo mais unido e menos dependente de Neymar do que o anterior, Brasil é um dos favoritos para a conquista da Copa do Catar
Uma análise divulgada no início da semana pelo Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos de Esporte (CIES Football Observatory) colocou a Seleção Brasileira como principal favorita ao título da Copa do Mundo.
O instituto de pesquisa analisou o desempenho médio de cada jogador nos últimos 365 dias, levando em conta o tempo e a atuação do atleta em campo e comparando com companheiros de equipe e adversários que têm características de jogo parecidas que atuam na mesma função.
O resultado coloca os jogadores da Seleção Brasileira com melhor desempenho, seguida da França e Espanha. As duas adversárias confirmaram em campo que vêm forte na disputa pelo título.
Jogando um futebol envolvente, as duas seleções golearam os seus adversários na primeira rodada da Copa do Mundo. A França ganhou de 4 x 1 da Austrália e Espanha fez 7 x 0 na Costa Rica.
Hoje será a vez de a Seleção Brasileira confirmar seu favoritismo contra a Sérvia.
Além da análise feita pela CIES Football Observatory existem outras razões que podem fazer o torcedor acreditar no sexto título do Brasil, depois de 20 anos. É um grupo mais unido e menos dependente de Neymar do que aquele que perdeu para a Bélgica em 2018. Um time que se classificou invicto para a Copa de 2022 com 14 vitórias e 3 empates, coisa que não acontecia desde 1989.
O técnico Tite também tem seus méritos: conseguiu transformar um apanhado de excelentes jogadores em um time, que demonstra estar preparado mental e taticamente, com um forte poder ofensivo, e um setor defensivo que passa segurança. É um time que tem o seu melhor jogador, mas que não depende só dele.
Em suma, é a melhor seleção que temos desde 2006, aquela do “Quadrado Mágico” composto por Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Ronaldo, mas que é melhor treinada e aparenta estar mais focada em trazer a sexta estrela para a camisa do Brasil.
Para os supersticiosos, vale se apegar a fatos antigos. Em 1998, a França ganhou a Copa. Passados 20 anos, em 2018, foi bicampeã. Em 2002 tivemos Lula eleito presidente pela primeira vez e, em 2022, Lula foi eleito novamente. Em 2002, o Brasil foi penta, e em 2022… Vamos esperar.
Fato é que motivos não nos faltam para acreditar na nossa Seleção.
PÉ NO CHÃO
Em tempo: apesar do favoritismo extra-campo, não podemos subestimar os ‘deuses do futebol’. Dentro das quatro linhas tudo pode acontecer. Vejam a situação da Argentina e da Alemanha que perderam de 2×1 para Arábia Saudita e Japão, respectivamente, e podem ser eliminadas já na próxima rodada.
Certamente não é a primeira vez que a Seleção Brasileira chega como a principal candidata ao título em uma Copa do Mundo. Em 1966, na Copa da Inglaterra, o Brasil chegava para defender o título de 62 e tentar conquistar o tricampeonato. Mesmo com Pelé e Garrincha, fomos eliminados ainda na fase de grupos, com derrotas por 3×1 para Hungria e Portugal.
Em 1982, na Espanha, foi a vez da Seleção que encantou, mas não levou, que caiu perante a Itália numa derrota por 3×2. E em 2006, na Alemanha, também chegando para defender o título de 2002, o Quadrado Mágico decepcionou e perdeu nas quartas de final de 1×0 para a França.
Mas diferente das Copas citadas acima, esta tem um significado diferente. São 20 anos correndo atrás do Hexa, temos uma juventude inteira que não sabe o que é comemorar o título do maior evento esportivo do planeta, inclusive muitos dos jogadores da Seleção que, quando o Brasil foi Penta, tinham 3, 4 ou 5 anos de idade. É a Copa do resgate dos símbolos nacionais, que Bolsonaro tentou roubar do nosso povo. É a Copa do Brasil.
Que o favoritismo se confirme e, no dia 18 de dezembro possamos todos comemorar mais um título. Daqui até lá nós vamos torcer, juntar os amigos, tirar nossas camisetas e bandeiras do Brasil de dentro do guarda roupa, secar a Argentina e a Alemanha. Porque a Copa do Mundo é isso e só acontece de quatro em quatro anos. Pra cima, Brasil!
CAIO GUILHERME