
Para o vice eleito, os homens teriam dito que nem ele nem o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveriam subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro
A equipe da Polícia Federal que faz a segurança do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), deteve, na noite da quarta-feira (23), dois homens que o abordaram e ofenderam no hotel onde ele está hospedado, em Brasília.
Segundo pessoas que acompanhavam o ex-governador, ele conversava com grupo de pessoas na recepção do hotel quando um homem se intrometeu e passou a ofendê-lo.
A pessoa que proferiu xingamentos usava uma camiseta com a sigla “União dos Patriotas (UPB)”.
Em seguida, chegou outro homem, que passou a ofender os agentes da PF que faziam a segurança do vice, chamando-os de “vagabundos”. Para Alckmin, os dois teriam dito que nem ele, nem o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveriam subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro.
Os seguranças de Alckmin detiveram a dupla por desacato à autoridade. Um deles, segundo o relato de quem estava presente no momento, chegou a dizer que seria policial aposentado. Eles foram encaminhados à Superintendência da PF no Distrito Federal.
Segundo o depoimento de um dos policiais, o homem identificado como Rosemário Queiroz foi em direção ao vice-presidente eleito e passou a ofendê-lo, dizendo que Alckmin era “uma vergonha”.
“LIBERDADE DE EXPRESSÃO”
Os policiais federais tentaram afastar Rosemário para que Alckmin pudesse subir até o quarto onde está hospedado.
O homem reagiu contra os agentes e disse ter “liberdade de expressão”.
O bolsonarismo assimilou esse conceito de forma muito peculiar e particular. O conceito não é difuso. A liberdade de expressão, de modo algum, dá o direito de quem quer que seja agredir, desrespeitar ou ameaçar o outro, como, de modo geral, os seguidores do por enquanto presidente da República têm feito.
Ao se aproximar do vice-presidente eleito, de acordo com o depoimento, Rosemário chamou o policial federal de “vagabundo” por estar “defendendo um ladrão”.
Trata-se de outra disfuncionalidade ou desajuste desses que seguem o ora presidente da República. Eles acusam quem quer que seja de “ladrão” e ignoram ou fingem ignorar as múltiplas denúncias que pairam sobre o governo, o chefe do Executivo, os filhos e ministros envolvidos em desvios ético-morais.
M. V.